
A oposição entre o mundo sólido e
o mundo líquido, a base do pensamento de Zygmunt Bauman um dos mais respeitados
intelectuais da atualidade, era trazida à tona naquela tarde de terça-feira, 10
de outubro de 2017 pela professora Odete
Daris, que discorreria sobre o tema Família durante reunião semanal da MCM da
PIB Goiânia.
De acordo com o sociólogo, autor
de mais de 50 livros e também professor, houve muitas crises na história da
humanidade, muitos períodos de interregno, nos quais as pessoas não sabiam o
que fazer, mas acabaram por achar um caminho. Porém, avaliou o atual momento da
humanidade como tão enigmático que torna-se difícil olhar para a frente com o
mesmo otimismo. O pensador ilustre teria afirmado em entrevista a um
respeitável veículo de comunicação: “A
minha única preocupação é o tempo que levarão para achar o caminho agora.
Quantas pessoas se tornarão vítimas até que a solução seja encontrada?"
A professora falando àquele grupo de mulheres, apresentou os tempos mais antigos como tendo os conceitos mais sólidos nos quais as ideias, ideologias e relações eram concebidas a partir da realidade e da interação entre as pessoas. Afirmou que o século XX, sofreu mudanças pelas conquistas tecnológicas,
embates políticos e guerras e viu o apogeu e o declínio desse mundo sólido. Já no Séc. XXI, a era conhecida como pós-modernidade trouxe a fluidez do líquido, ignorando divisões e
barreiras, redesenhando formas, ocupando espaços e diluindo certezas, crenças e
práticas.
Afirmou que o sistema familiar está posto ao centro deste turbilhão de mudanças drásticas deste tempo marcado pelo relativismo moral, pelo pluralismo religioso e pelo secularismo. O que pode ser percebido, por exemplo, no aumento do número de separações, no aumento do número de
mulheres assumindo a direção e o sustento da família e em comportamentos como a
consolidação da realidade de união de pessoas do mesmo sexo, na mudança do sentimento de dependência mútua, na interferência dos meios de
comunicação, em filhos com maior liberdade de expressão, na inversão de valores e na
falta de temor a Deus.

Alegou que, atualmente, o excesso de atividades consome o tempo dos membros da família impedindo encontro durante as refeições, por exemplo, como se fazia antigamente. Afirmou que aumenta a falta de intimidade ou confiança entre pais e filhos, que preferem conversar com terceiros (amigos, conselheiros, psicólogos, etc). Disse ainda que, todos evitam expor seus problemas para não darem a impressão de derrota ou fracasso. Ao concluir, observou "ironicamente, quando vivemos a era da comunicação, alimentamos o silêncio. As relações interpessoais enfraquecem e o ser humano vê aprofundar sua solidão, inclusive no interior de sua família."
“ A maior joia que o ser humano pode ter é uma
família ajustada que se reúne e cada um dos membros sabe que pode contar com
seus familiares, quando precisa de ajuda”.

Arquivos da MCMPIBGOIÂNIA 2017 ( DECOM: Carmelita Graciana/Suely Barcelos/Tereza Ventura)
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