quinta-feira, 16 de junho de 2016

INFÂNCIA - A ADULTIZAÇÃO E OUTROS PROBLEMAS


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“Que futuro terão as crianças do Brasil, a quem temos negado também o presente? ”

(Carmelita Graciana)

Na tarde do dia 07 do ultimo mês de junho, a MCAPIBGOIÂNIA promoveu mais uma reunião para se refletir sobre um tema social e biblicamente relevante. Depois da abertura com orações e cânticos pela Coordenadora Geral, irmã Odete Daris, a palavra foi cedida à irmã Carmelita Graciana, sócia da Organização local, que discorreu sobre a Infância e alguns dos sérios problemas que acometem a faixa etária nos dias atuais.

O formato da apresentação, previamente definido para palestra, evoluiu para um caloroso debate já que a plateia participou, espontaneamente, dando uma rica contribuição ao mesmo, que tomou praticamente a tarde inteira. O grupo esboçou sua empatia com o tema, ainda na introdução quando  passou a  cantarolar seguindo a execução do áudio que trazia trechos de cantigas populares de roda, como: “Ciranda, Cirandinha”, “Meu Limão, Meu Limoeiro” , “Terezinha de Jesus”, “Onde está a Margarida?”,  “Eu fui no Tororó”, “O Cravo brigou com a Rosa”, “Nesta rua tem um Bosque”.

A palestrante, que passou a mediadora,  estabeleceu um rápido paralelo entre a infância nos tempos passados e nos dias atuais. Em seguida, passou ao levantamento dos problemas relacionados à infância, a partir da  análise de algumas notícias recentes como a do episódio ocorrido naquela mesma semana, envolvendo a morte de um menino de 10 anos na Cidade de São Paulo, no momento em que empreendia fuga dirigindo um carro roubado por ele e um “comparsa”, outra criança de 11 anos, que sobreviveu. A história constituiu-se como pano de fundo para o levantamento de grandes problemas brasileiros, interpretados como decorrentes de uma infância mal orientada, em ambiente não apropriado e paternidade negligente e irresponsável e apresentando as principais causas, citando entre elas, o que chamou de desestruturação da família.

Citou ainda o trabalho historiador francês Philipe Ariés, o mais respeitado precursor dos estudos sobre a Infância e outros estudiosos, incluindo alguns que  contestaram postulados propostos por  Ariés, mas ressaltou que o trabalho deste historiador lançou luz, onde havia apenas uma lacuna,  à compreensão da infância.  Entre as principais causas do que chamou de deformação da Infância, a apresentadora  citou a terceirização da educação durante os primeiros anos de vida alegando que a transmissão de valores é uma responsabilidade da família e a instrução seria da escola;  a negligência de pais e mães; a família formada sem planejamento o que denominou de "família  acidental" ;  a superexposição da criança à violência social e doméstica; o protagonismo infantil ; a erotização precoce; a adultização da Infância, entre outros.



Ao concluir, informou que não poucos estudiosos atribuem à “queima de etapas” alguns dos mais sérios problemas enfrentados pela sociedade nos dias atuais, tais como comportamentos relacionados ao crescimento da agressividade juvenil com consequente aumento de níveis de violência nas ruas e a superlotação dos presídios brasileiros.

Na visão da palestrante, na privação de uma infância saudável com a antecipação da idade adulta ou adultização da infância, a sociedade estaria, consciente ou inconscientemente, alimentando o atual ambiente de beligerância entre a própria sociedade e sua juventude. E, segundo ela, incentivando-se a animosidade entre os dois agentes por meio de uma espécie de escola, estaria ensinando a matar e a morrer, cada vez mais cedo. De acordo com ela, a continuar a patrocinar esta espécie de jogo, a única dúvida que está posta é a de quem será o último a morrer.


  
 
  

Imagem 1- httpstrangeface.deviantart.comartinfancia-perdida-58066625-infancia_perdida__by_strangeface

Demais Imagens e vídeo: Permitida a utilização destas imagens somente com citação expressa da fonte (Suely Barcelos/UFMBPIBGOIÂNIA).

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