segunda-feira, 25 de junho de 2012

FESTAS JUNINAS NO BRASIL

Os festejos populares brasileiros retratam, ao mesmo tempo, o lado religioso e o profano da nação. E as Festas Juninas, de modo algum são exceção, na terra das misturas. No País inteiro, tais festejos servem a outras finalidades que não as propriamente religiosas, especialmente no Nordeste brasileiro, onde o Arraial e o palanque se confudem, sobretudo em ano de eleições, como este de 2012. 
                 
Deste modo, as Festas Juninas, originalmente em homenagem a três santos católicos, têm divulgado outros santinhos. Muitos dos quais bem conhecidos em outros arraiais como portadores de pouca santidade, pouca competência, pouca ética, pouca honestidade. E, por esta razão, pouca, pouquíssima legitimidade na representação popular.                                                                                                                    
Ironicamente, as figuras mais autênticas da Festa Junina são as do homem e da mulher pobres. Pobres trabalhadores brasileiros em figurino de palhaços, maltrapilhos, desdentados e sem instrução. O tipo bem pode representar o pagador de impostos, que não raro coincide com o pagador de promessas, sobre quem incide uma das maiores cargas  tributárias do planeta, no país mais católico do mundo.
Mesmo a concepção da política do "Pão e Circo", formatada na Roma Antiga, era mais generosa  do que o que se reivindica aqui. O pão tem vindo nas cestas básicas, distribuídas às camadas mais pobres da população. Mas, como somos um povo dado à performance, promovemos a nossa própria diversão o ano todo, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Fantasiados ou não. Nos sambódromos, nos arraiais, nos picadeiros. Ou não. Regados a cerveja, quentão, pipoca, dinheiro público e pitzza, muita pitzza. O que faz do Brasil um país de festejos, com muito carnaval, muito futebol e muitas, muitas quadrilhas.

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