segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

CRISE NO MUNDO ÁRABE

Uma onda de protestos pela democracia se espalha pelo Oriente Médio e vizinhança contra as ditaduras da região. A Tunísia foi a primeira nação a sentir a pressão das massas, após o suicídio de um jovem feirante que tendo se recusado a pagar propina aos militares teve sua mercadoria confiscada. No dia 14 de janeiro a Revolução de Jasmim (nome adotado por causa da abundância da flor na região), levou o ditador Zine El Abidine Bem Ali, há 23 anos no poder, a abandonar o país. O movimento se alastrou para outros países do mundo árabe. No dia 11 de fevereiro, mediante 18 dias de fervorosos e contínuos protestos no Egito, Hosni Mubarak cedeu, renunciando ao governo que durou 30 anos. As manifestações se espalham em países da África e do Oriente Médio e estima-se em mais de 500 o número de mortos desde o início da Revolução de Jasmim. Outros países também marcados por baixos níveis de democracia e governos autoritários como o Iêmen, Marrocos, Argélia e Jordânia estão com risco iminente de uma forte mobilização popular, especialmente os África do norte, predominantemente de população árabe e religião muçulmana.

A Líbia- A Líbia encontra-se situada no centro do Norte da África e é palco de protestos de milhares de pessoas nos últimos dias contra o governo do coronel Muammar Gaddafi, que em setembro de 2011 completa 42 anos no poder. De acordo com relatos de habitantes, a situação nesta segunda-feira (21), em Trípole, quando as manifestações chegaram à capital, foi de máxima tensão. Segundo os mesmos, houve violenta reação do governo de Muammar Gaddafi, incluindo ataques com artilharia pesada e uso de aviação militar contra civis. Segundo televisões árabes, teriam morrido nesta repressão entre 160 e 250 pessoas. Segundo as agências de notícias, há relatos de corpos dispostos nas ruas e barulho de projéteis de artilharia pesada. Informam ainda que o prédio do Congresso Geral do Povo, onde o Parlamento se reúne, foi incendiado. De acordo com correspondentes, os manifestantes fizeram protestos durante a noite com a queima de imagens do líder líbio no centro de Trípoli, após o discurso do filho de Muammar Gaddafi, Seif El Islam. O filho do ditador teria advertido que o país estava à beira da guerra civil e de um banho de sangue. A TV estatal, da Líbia, que estaria mantendo um cordão policial em torno da sede, minimizou com a seguinte versão: "Uma operação realizada pelas forças de segurança contra 'terroristas' deixou vários mortos".

* Atualização em 24/02/2011:
A Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH), anunciou nesta quarta-feira que pelo menos 640 pessoas morreram na Líbia nos protestos contra o regime de Muammar Gaddafi desde 14 de fevereiro. E, segundo o ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, os mortos podem chegar a mil. Outra organizações já falam sobre mais de dois mil mortos e centenas de feridos no conflito. Segundo a rede Al Jazeera, pelo menos oito embaixadores líbios e outros diplomatas de alto nível renunciaram a seus cargos insatisfeitos com a repressão aos protestos populares e o ministro do Interior líbio e general do Exército, Abdul Fatah Yunis, teria pedido demissão na terça-feira e incentivado as forças armadas a se unirem ao povo em sua luta por legítimas reivindicações.
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