Imagem: capa de O Jornal Batista - Ano CX IV, Edição 02, Domingo 11.01.2015 |
Muitos leitores do Cristocentrado não professam a fé batista. E outros, podem não ter acesso a este número de OJB, cujo editorial condensa lindamente, um século de História, a História do mais antigo, conhecido e possivelmente amado, semanário dos batistas brasileiros.
As fontes informam que O Jornal Batista surgiu no dia 10 de janeiro de 1901, no Rio de Janeiro, pelas mãos de W. E. Entzminger, mas que apenas na Assembleia da CBB do ano de 1909, realizada na cidade de Recife, é que a publicação se tornou o órgão oficial de comunicação da Convenção Batista Brasileira (CBB), com o propósito de servir, instruir e divulgar as ações dos batistas brasileiros, além de defender a causa da denominação.
O veículo acompanhou o avanço da tecnologia, neste ínterim, razão pela qual é possível ler as notícias do mundo batista, tanto no formato on-line como no impresso.
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Quando O Jornal Batista surgiu, em 10 de janeiro de 1901, os Batistas
brasileiros deram, naquele momento, o exemplo de como deveria ser o balizamento
dos passos a seguir. É bom lembrar tal fato para que não percamos o fio da
meada, depois de mais de um século decorrido, quando estamos diante de tantas alternativas,
oriundas de vozes dissonantes. Nossos grandes editores do final do Século XIX foram Zacarias Clay
Taylor (1850/1919) e Salomão Luz Ginsburg (1867/1927). O primeiro, não somente
lançou o primeiro Jornal Batista brasileiro, “Echo da Verdade”, 1886, na Bahia,
como também publicou nossos primeiros livros: “A Bíblia sobre o Batismo”, “O
Manual de Eclesiologia” e “Cristo nos Evangelhos”; o segundo lançou o Jornal
“As Boas Novas”, em 1894, na cidade de Campos - RJ, como publicou a primeira edição
do “Cantor Cristão”,
em 1991, com 16 hinos, em Recife - PE.
Ambos, Zacarias e Salomão, encerraram as atividades jornalísticas e
livrescas que tinham, na Bahia e na cidade de Campos, e doaram o acervo patrimonial,
máquinas, papel, tipos, guilhotina e outros utensílios, bem como o dinheiro de
assinaturas e publicidade, para montar a nova tipografia no antigo Distrito Federal,
a cidade do Rio de Janeiro, e dar início a um elo de unidade da obra Batista no
Brasil: “O Jornal Batista”. Homens notáveis, gigantes da fé, como Zacarias e
Salomão, tinham a mente e o coração voltados para a melhor maneira de ver o
crescimento da obra Batista. Um novo jornal que pudesse alcançar os estados, os
municípios, as igrejas, as famílias, as bibliotecas, com uma mensagem que informasse
os propósitos e os objetivos dos Batistas.
Assim nasceu “O Jornal Batista” e a “Casa Publicadora Batista”. Um
homen notável, W. E. Entzminger (1859/1930), e outro, Theodoro Rodrigues Teixeira (1871/1950), que
viria a ser considerado o preceptor por excelência dos Batistas brasileiros, na
análise do teólogo W. C. Taylor (1886/1971), assumiram a direção daquele hebdomadário
que, fiel às diretrizes que lhe foram dadas, não se desviou nem para a direita
e nem para a esquerda. Na sequência dos anos, outros foram ocupando os lugares daqueles
pioneiros. De Casa Publicadora Batista, passamos para Junta de Escolas
Dominicais e Mocidade (J.E.D.M.), e depois para Junta de Educação Religiosa e
Publicações (JUERP). O jornal teve vários diretores dos quais mencionamos os
que, na nossa opinião, foram os principais: W. E. Entzminger, Theodoro
Rodrigues Teixeira, Moysés Silveira, Almir dos Santos Gonçalves, José dos Reis
Pereira, Nilson Dimarzio, Salovi Bernardo e Sócrates Oliveira de Souza.
No último decênio do Século XX veio o debacle geral de nossa
instituição responsável pela literatura adquirida e enviada para as nossas igrejas.
A mudança estrutural verificada em nossa JUERP na década de sessenta, um parque
gráfico ultrapassado, a inflação fora de controle, as mudanças do dinheiro (cruzeiro,
cruzeiro novo, cruzado, real), tudo contribuiu para a desestabilização de nossa
JUERP.
O alvorecer do século trouxe para a denominação novas perspectivas com a
reestruturação de nossa Convenção, de nossas Juntas, de nosso Conselho Geral, de
nossos quadros dirigentes, com o aproveitamento de novos líderes como Oliveira
de Araújo, Paschoal Piragine Junior, Josué Mello Salgado e Luiz Roberto Silvado
(que chegou a uma vice-presidência da Aliança Batista Mundial). Com a chegada desses notáveis líderes chegou também o executivo,
pastor Sócrates Oliveira de Souza, o viabilizador de todas as reformas que foram
implementadas.
Para o melhor desenvolvimento do trabalho uma nova Editora foi criada em 31 de janeiro de 2007
chamada “Convicção Editora”. Ela foi o primeiro passo para dar novo direcionamento
às nossas publicações. No primeiro ano editou os seguintes livros: “Academia da
Alma”, de Israel Belo de Azevedo; “O Aperfeiçoamento dos Santos na Integração das Gerações”, de João Falcão Sobrinho e “100 anos da Junta
de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira” de Zaqueu Moreira de
Oliveira.
“O Jornal Batista”, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira
desde 1909, mediante proposta do pastor Francisco Fulgêncio Soren, que passou a
ser editado sob a égide do Conselho Geral da Convenção desde a década de
noventa do Século XX, tem hoje uma tiragem de papel reduzida, que atende seus
fiéis assinantes, quase todos batistas da melhor idade. E para gáudio dos
Batistas de um modo geral, a edição “on-line” alcança cerca de 250.000 Batistas
não só no Brasil, como no mundo inteiro.
O Jornal Batista não perdeu a visão da missão que o fez surgir. Tem se
posicionado sempre quando a contingência política, religiosa, ética o exige.
Não passamos em brancas nuvens quando um posicionamento incisivo requer uma
demonstração de apoio ou repúdio. O exemplo que citamos foi a manifestação contundente
por ocasião dos debates sobre o Decreto 8.243, de 23 de maio de 2014.
Assim agindo, O Jornal Batista entra no seu 114º aniversário. Fiel à
sua origem, fiel à sua denominação. Não se desviou nem para a direita e nem
para a esquerda. Prossegue na sua jornada pela graça e pela misericórdia
inexaurível de Deus. (O.A.A.)
Texto histórico e imagens originalmente publicados em O Jornal Batista (Editorial) - Ano CX IV, Edição 02, Domingo 11.01.2015
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