quinta-feira, 24 de março de 2011

SONETO (OUTROS AUTORES)

Oh Rei dos reis, oh Árbitro do mundo,
Cuja mão sacrossanta os maus fulmina,
E a cuja voz terrífica, e divina
Lúcifer treme no seu caos profundo!

Lava-me as nódoas do pecado imundo,
Que as almas cega, as almas contamina:
O rosto para mim piedoso inclina,

Do eterno império Teu, do Céu rotundo:
Estende o braço, a lágrimas propício,
Solta-me os ferros, em que choro e gemo
Na extremidade já do precipício:

De mim próprio me livra, oh Deus supremo!
Porque o meu coração propenso ao vício
É, Senhor, o contrário que mais temo.


Bocage (Portugal 1765 - 1805)
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Soneto-(do italiano sonetto, pequena canção ou, literalmente, pequeno som) é um poema de forma fixa, composto por catorze versos. Pode ser apresentado em três formas de distribuição dos versos: Soneto italiano ou petrarquiano: apresenta duas estrofes de quatro versos (quartetos) e dois de três versos (tercetos); Soneto inglês ou Shakespeariano: três quartetos e um dístico; Soneto monostrófico: apresenta uma única estrofe de 14 versos. Para além destas formas, pode haver o acrescentamento (geralmente de três versos) feito aos 14 versos de um soneto. Este acrescentamento é chamado de estrambote e o poema passa achamar-se soneto estrambótico. O termo deriva do italiano strambotto ("extravagante, irregular"). Uma vez que o soneto é caracterizado exactamente como um poema de 14 versos — tradicionalmente dois quartetos e dois tercetos —, o acréscimo de um ou mais versos no final do poema (de acordo com a conveniência do escritor), faz da obra um soneto irregular — estrambótico, como usado por exemplo por Miguel de Cervantes.
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