O Estado de Goiás encontra-se, nos últimos dias, imerso em uma onda de corrupção investigada pela Polícia Federal, com tentáculos em vários setores de poder. São personalidades que, exercendo cargos delegados pelo povo, prestavam serviços a uma rede criminosa. Ironicamente, a lista é encabeçada por um Senador da República, conhecido por um discurso contundente, reeleito graças à crença de que o mesmo era um exemplar vivo e autêntico defensor da retidão, do direito e da justiça.
Somado a esta grande decepção do povo goiano, a imprensa noticia também o desvio de recursos no Hospital Araújo Jorge, conhecido como Hospital do Câncer em Goiás. A unidade de saúde privada e
filantrópica com mais de 50 anos, considerada entre os maiores hospitais brasileiros especializados em cancerologia, atende por mês cerca de 28.000
pacientes de todas as idades; possui 212 leitos e realiza, em média,
67.000 procedimentos mensais, entre consultas, internações, cirurgias,
sessões de quimioterapia e radioterapia, exames anátomo-patológicos,
citológicos e exames de patologia clínica. Na Instituição, o paciente é atendido por uma
equipe multidisciplinar (cerca de 100) de profissionais especialistas em cancerologia, que promove a integração com as equipes de
fonoaudiologia, psicologia, nutrição, fisioterapia e assistência social,
entre outras especialidades.
Com a descoberta do desvio no Hospital Araújo Jorge pelo qual 16 pessoas são denunciadas pelo MP-GO, o Estado de Goiás vive um duplo e dolorido drama. Assiste à morte da esperança pelo caminho democrático das urnas e à morte literal de muitos de seus doentes recusados ou sub-assistidos no Hospital em crise pela corrupção na entidade.
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Com a descoberta do desvio no Hospital Araújo Jorge pelo qual 16 pessoas são denunciadas pelo MP-GO, o Estado de Goiás vive um duplo e dolorido drama. Assiste à morte da esperança pelo caminho democrático das urnas e à morte literal de muitos de seus doentes recusados ou sub-assistidos no Hospital em crise pela corrupção na entidade.
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MP-GO denuncia 16 por fraude em associação de combate ao câncer; desvio passa de R$ 1 milhão
O Ministério Público goiano denunciou 16 pessoas por fraudes na Associação de Combate ao Câncer de Goiás. A denúncia decorre da Operação Biopsia, deflagrada em fevereiro, que aponta desvios na entidade que faz a gestão do Hospital Araújo Jorge, um dos principais no combate à doença no Brasil.
Os denunciados são empresários, diretores e funcionários da contabilidade da associação, que é uma instituição filantrópica. Só a ex-presidente da ACCG, Criseide Castro Dourado, vai responder por quatro crimes: formação de quadrilha, peculato por desvio e por apropriação, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Paulo Rassi, que atualmente responde pelo mesmo cargo em Aparecida de Goiânia (região metropolitana da capital), é outro denunciado. Ele pediu que a associação comprasse cem mil frascos de soro. O custo foi de mais de R$ 300 mil, e a mercadoria nunca foi entregue. Agora responde por dispensa ilegal de licitação e peculado-desvio.
Oito pessoas chegaram a ser presas durante a investigação que se tornou pública no dia 7 de fevereiro de 2012. Todos os envolvidos já foram soltos e devem responder ao processo em liberdade.
O procedimento de investigação criminal do MP soma 3.519 páginas. Embora já tenham estimado um desvio de R$ 1 milhão de dinheiro público, os promotores que atuam no caso dizem acreditar que muito mais foi desviado. O total, segundo o promotor Dênis Bimbati Marques, aparecerá em auditoria do Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde (Denasus).
“O paciente que tinha condições econômicas e tinha um tratamento particular tinha retorno e consulta no dia seguinte, e aquele que estava ali aguardando tratamento pelo SUS tinha que aguardar até sete ou oito meses para um simples retorno”, disse o promotor.
Prejuízo aos pacientes
De acordo com depoimentos de servidores do Hospital Araújo Jorge, alguns doentes recebiam até 10% menos do que o medicamento indicado para o tratamento de combate ao câncer. A falta destes remédios seria fator de piora no estado de saúde dos pacientes.
Em um dos exemplos apresentados pelo Ministério Público, a medicação para câncer de próstata que deveria atender a 400 pessoas seria suficiente para, no máximo, 200. O restante entrava na lista dos desvios.
Os depoimentos reforçaram também que pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) eram penalizados, “desde a recepção”, programada para ocorrer em portarias diferentes, até a demora de oito meses para o retorno da consulta. Quem pagava pela consulta, que deveria ser feita de forma gratuita, era atendido no mesmo dia.
Administração
Desde 16 de fevereiro, por determinação judicial, uma comissão de médicos foi formada para gerir a associação. O presidente é Alexandre João Meneghini. Adriano Augusto Peclat de Paula assumiu o cargo de secretário geral; Paulo Moacir de Oliveira Campoli, o de primeiro tesoureiro; e Geraldo Silva Queiroz fica como diretor técnico do Hospital Araújo Jorge.
Em abril, quando foi apresentado relatório dos primeiros 60 dias de gestão, o resultado financeiro (diferença entre a receita faturada e despesa operacional da Instituição) da ACCG em março tinha ultrapassado R$ 1 milhão. Nos meses de janeiro e fevereiro esse mesmo resultado foi negativo em mais de R$ 160 mil.
Nota: Íntegra de matéria (em fundo cinza) de Rafhael Borges, do UOL, em Goiás, publicada originalmente em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/14/mp-go-denuncia-16-por-fraude-em-associacao-de-combate-ao-cancer-desvio-passa-de-r-1-mi.htm.
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À época em que o Novo Testamento era composto, dois de seus escritores, que também foram apóstolos de Jesus Cristo, já advertiam: "Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo". (2 Pedro 2:19). E, ainda em Tiago 1:27: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo".
O aparentemente despretencioso "café", com a finalidade de 'adiantar' a fila, é um indício claro de corrupção e deve ser evitado sempre, tanto do lado de dentro como do lado de fora de cada balcão.
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