Em 2020 os batistas são cerca de
42 milhões de filiados ao redor do mundo de acordo com dados divulgados pela
Aliança Batista Mundial (ABM). Estão distribuídos entre 121 países e
territórios e organizados em 228 convenções e uniões através 177.000
igrejas.
No Brasil, de acordo com dados
divulgados pela Convenção Batista Brasileira (CBB) relativos ao ano de 2018,
são cerca de 1.706.003 membros, em 8.753 igrejas e 4.944 congregações,
encabeçando a lista das denominações protestantes no Brasil não pentecostal.
Em Goiás, segundo cruzamento de
algumas estatísticas, os batistas perfazem um contingente aproximado de 20.000
filiados neste ano de 2020, quando a denominação comemora o centenário de sua
presença no Estado, tomando como marco a Organização de sua primeira igreja na
Cidade de Catalão, evento que ocorreu no ano de 1920.
Resumo Histórico
Em 24 de
outubro do ano de 1933, foi lançada a pedra fundamental que daria início aos
trabalhos da construção da cidade que viria a ser a nova capital do Estado de
Goiás e que a partir de 1935 passaria a ser chamada Goiânia. A quarta cidade
planejada do Brasil debatia-se ante toda a sorte de dificuldades incrustando-se
no Cerrado para onde afluía gente de várias partes, com vistas a uma vida
melhor para as gerações futuras.
Desembarcavam
na área inóspita do coração do Brasil pessoas de várias partes. E, entre os
envolvidos com o sonho da construção da nova capital goiana, estavam 21 crentes
batistas, que reunidos em uma casa residencial no então, Bairro Popular, no dia
30 de janeiro de 1938 fundaram a Primeira Igreja Batista em Goiânia, que teve
como seu idealizador e primeiro pastor, o pastor e missionário norte americano
Daniel Frank Crosland.
De acordo
com relatos da irmã Dinah Antunes de Oliveira (áudio gravado em fita cassete em
data não informada e pertencente ao Arquivo da Mocidade da Primeira Igreja
Batista em Goiânia e consultado pela Jornalista Carmelita Graciana, algum tempo
depois de sua organização no Bairro Popular na residência do Pr. Daniel Frank
Crosland, o grupo passou a se reunir no Bairro Botafogo, que à época era um
lugar particularmente violento da nova capital, razão pela qual fora apelidado
de “Botafaca”.
Segundo o
depoimento de Dinah Antunes Oliveira, nesta fase a igreja convivia com muitas
dificuldades. Ela relatou que da casa residencial comprada no Bairro Botafogo
para realizar os trabalhos foram retiradas as paredes internas. Informou ainda
que o piso era em barro batido e que a iluminação púbica disponível na cidade
era produzida por gerador, que por sua vez, era desligado às dez da noite.
Sendo assim, as famílias batistas iam para as reuniões cada qual com seu
lampião e lá chegando penduravam-no na parede para que pudesse iluminar a casa
de cultos.
Contou ainda
que foi nesta fase, no ano de 1940, que se estruturou a Organização feminina da
igreja, denominada, então, de Sociedade de Senhoras. Organizou-se com 05
sócias, cuja primeira presidente foi a própria depoente, irmã Dinah Antunes de
Oliveira e que as reuniões ocorriam aos domingos à tarde. Outras curiosidades
relatadas sobre esta fase é que havia um órgão que provocava mais barulho do
que música e que todos os membros da igreja tomavam parte no primeiro coral da
Primeira Igreja Batista.
De acordo
com entrevista da irmã Eulália Ribeiro de Menezes, membro pioneiro da PIB cujo
nome figura na Ata da Organização da PIB Goiânia, mais tarde a PIB voltou a se
reunir à Rua 20, no Centro da capital, para o que alugou um espaço em um galpão
comercial cujo proprietário era conhecido por Berquó.
Depois, de
acordo com várias fontes, ainda por volta do ano 1940, através de uma generosa
oferta de igrejas norte-americanas juntada aos parcos recursos locais,
promoveu-se a compra de 02 lotes na esquina das Ruas 13 com 16 no centro da
cidade, onde erigiu, para a Primeira Igreja Batista em Goiânia, o primeiro
templo, propriamente dito. O prédio tornou-se um entre os 10 templos
evangélicos distribuídos entre os sete bairros de Goiânia, à época.
O Jornal
Batista, edição de 29-01 e 5-02 de 1942, em artigo que descreve o trabalho
batista realizado na capital goiana, refere-se assim ao 1º. templo da PIB: “A
fachada do prédio estende-se por vinte e cinco metros. Vinte e sete portas e
cinquenta e duas janelas, cuidadosamente distribuídas, garantem o acesso fácil
às diversas dependências e ventilação conveniente. Doze metros de altura
interna (pé direito) e as galerias dão ao interior um aspecto verdadeiramente
grandioso. O batistério, que fica no segundo andar, tem a beleza grandemente
realçada pela ótima pintura de uma paisagem do Jordão, de água corrente, obra
de um pintor do Rio de Janeiro. Todo o material empregado foi adquirido em São
Paulo, inclusive o madeiramento das portas, janelas, etc., e mais o mobiliário,
de jacarandá”.
O prédio, em
estilo anglicano, mais tarde cedeu lugar ao que existe atualmente. E este tem,
entre as salas da lateral anexa, uma especial conhecida como Sala das Senhoras.
Nesta, a MCM promove as suas reuniões semanais, às terças-feiras, às 15 horas a
muitos anos.
Oitenta anos
depois, a União Feminina Missionária local continua firme e atuante juntamente
com sua Organização-filha que também completa 80 anos em 2020, as Mensageiras
do Rei. As senhoras e as meninas da Primeira Igreja Batista em Goiânia
continuam a se reunir para orar, cantar, estudar, meditar sobre os ensinos da
Bíblia e confraternizar. Certamente compartilhando lutas, dificuldades e dores,
tais como as vivenciadas pelas irmãs pioneiras. Mas, sobretudo, movidas pela
mesma disposição ao serviço porque motivadas pelo mesmo amor.
*Texto: Carmelita
Graciana (GO 00935JP)
*Imagem:
MCMPIBGOIÂNIA 2020 – DECOM
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