quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

MCMPIBGOIÂNIA 2020 - 80 ANOS



Em 2020 os batistas são cerca de 42 milhões de filiados ao redor do mundo de acordo com dados divulgados pela Aliança Batista Mundial (ABM). Estão distribuídos entre 121 países e territórios e organizados em 228 convenções e uniões através 177.000 igrejas. 

No Brasil, de acordo com dados divulgados pela Convenção Batista Brasileira (CBB) relativos ao ano de 2018, são cerca de 1.706.003 membros, em 8.753 igrejas e 4.944 congregações, encabeçando a lista das denominações protestantes no Brasil não pentecostal.

Em Goiás, segundo cruzamento de algumas estatísticas, os batistas perfazem um contingente aproximado de 20.000 filiados neste ano de 2020, quando a denominação comemora o centenário de sua presença no Estado, tomando como marco a Organização de sua primeira igreja na Cidade de Catalão, evento que ocorreu no ano de 1920.



Resumo Histórico
Em 24 de outubro do ano de 1933, foi lançada a pedra fundamental que daria início aos trabalhos da construção da cidade que viria a ser a nova capital do Estado de Goiás e que a partir de 1935 passaria a ser chamada Goiânia. A quarta cidade planejada do Brasil debatia-se ante toda a sorte de dificuldades incrustando-se no Cerrado para onde afluía gente de várias partes, com vistas a uma vida melhor para as gerações futuras.

Desembarcavam na área inóspita do coração do Brasil pessoas de várias partes. E, entre os envolvidos com o sonho da construção da nova capital goiana, estavam 21 crentes batistas, que reunidos em uma casa residencial no então, Bairro Popular, no dia 30 de janeiro de 1938 fundaram a Primeira Igreja Batista em Goiânia, que teve como seu idealizador e primeiro pastor, o pastor e missionário norte americano Daniel Frank Crosland.

De acordo com relatos da irmã Dinah Antunes de Oliveira (áudio gravado em fita cassete em data não informada e pertencente ao Arquivo da Mocidade da Primeira Igreja Batista em Goiânia e consultado pela  Jornalista Carmelita Graciana, algum tempo depois de sua organização no Bairro Popular na residência do Pr. Daniel Frank Crosland, o grupo passou a se reunir no Bairro Botafogo, que à época era um lugar particularmente violento da nova capital, razão pela qual fora apelidado de “Botafaca”.

Segundo o depoimento de Dinah Antunes Oliveira, nesta fase a igreja convivia com muitas dificuldades. Ela relatou que da casa residencial comprada no Bairro Botafogo para realizar os trabalhos foram retiradas as paredes internas. Informou ainda que o piso era em barro batido e que a iluminação púbica disponível na cidade era produzida por gerador, que por sua vez, era desligado às dez da noite. Sendo assim, as famílias batistas iam para as reuniões cada qual com seu lampião e lá chegando penduravam-no na parede para que pudesse iluminar a casa de cultos.

Contou ainda que foi nesta fase, no ano de 1940, que se estruturou a Organização feminina da igreja, denominada, então, de Sociedade de Senhoras. Organizou-se com 05 sócias, cuja primeira presidente foi a própria depoente, irmã Dinah Antunes de Oliveira e que as reuniões ocorriam aos domingos à tarde. Outras curiosidades relatadas sobre esta fase é que havia um órgão que provocava mais barulho do que música e que todos os membros da igreja tomavam parte no primeiro coral da Primeira Igreja Batista.

De acordo com entrevista da irmã Eulália Ribeiro de Menezes, membro pioneiro da PIB cujo nome figura na Ata da Organização da PIB Goiânia, mais tarde a PIB voltou a se reunir à Rua 20, no Centro da capital, para o que alugou um espaço em um galpão comercial cujo proprietário era conhecido por Berquó. 

Depois, de acordo com várias fontes, ainda por volta do ano 1940, através de uma generosa oferta de igrejas norte-americanas juntada aos parcos recursos locais, promoveu-se a compra de 02 lotes na esquina das Ruas 13 com 16 no centro da cidade, onde erigiu, para a Primeira Igreja Batista em Goiânia, o primeiro templo, propriamente dito. O prédio tornou-se um entre os 10 templos evangélicos distribuídos entre os sete bairros de Goiânia, à época.

O Jornal Batista, edição de 29-01 e 5-02 de 1942, em artigo que descreve o trabalho batista realizado na capital goiana, refere-se assim ao 1º. templo da PIB: “A fachada do prédio estende-se por vinte e cinco metros. Vinte e sete portas e cinquenta e duas janelas, cuidadosamente distribuídas, garantem o acesso fácil às diversas dependências e ventilação conveniente. Doze metros de altura interna (pé direito) e as galerias dão ao interior um aspecto verdadeiramente grandioso. O batistério, que fica no segundo andar, tem a beleza grandemente realçada pela ótima pintura de uma paisagem do Jordão, de água corrente, obra de um pintor do Rio de Janeiro. Todo o material empregado foi adquirido em São Paulo, inclusive o madeiramento das portas, janelas, etc., e mais o mobiliário, de jacarandá”.

O prédio, em estilo anglicano, mais tarde cedeu lugar ao que existe atualmente. E este tem, entre as salas da lateral anexa, uma especial conhecida como Sala das Senhoras. Nesta, a MCM promove as suas reuniões semanais, às terças-feiras, às 15 horas a muitos anos.

Oitenta anos depois, a União Feminina Missionária local continua firme e atuante juntamente com sua Organização-filha que também completa 80 anos em 2020, as Mensageiras do Rei. As senhoras e as meninas da Primeira Igreja Batista em Goiânia continuam a se reunir para orar, cantar, estudar, meditar sobre os ensinos da Bíblia e confraternizar. Certamente compartilhando lutas, dificuldades e dores, tais como as vivenciadas pelas irmãs pioneiras. Mas, sobretudo, movidas pela mesma disposição ao serviço porque motivadas pelo mesmo amor.


*Texto: Carmelita Graciana (GO 00935JP)
*Imagem: MCMPIBGOIÂNIA 2020 – DECOM          


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