Imagem 1 |
“Que
futuro terão as crianças do Brasil, a quem temos negado também o presente? ”
(Carmelita
Graciana)
Na tarde do dia 07 do ultimo mês
de junho, a MCAPIBGOIÂNIA promoveu mais uma reunião para se refletir sobre um
tema social e biblicamente relevante. Depois da abertura com orações e cânticos
pela Coordenadora Geral, irmã Odete Daris, a palavra foi cedida à irmã
Carmelita Graciana, sócia da Organização local, que discorreu sobre a Infância
e alguns dos sérios problemas que acometem a faixa etária nos dias atuais.
O formato da apresentação,
previamente definido para palestra, evoluiu para um caloroso debate já que a
plateia participou, espontaneamente, dando uma rica contribuição ao mesmo, que
tomou praticamente a tarde inteira. O grupo esboçou sua empatia com o tema,
ainda na introdução quando passou a cantarolar seguindo a execução do áudio que
trazia trechos de cantigas populares de roda, como: “Ciranda, Cirandinha”, “Meu
Limão, Meu Limoeiro” , “Terezinha de Jesus”, “Onde está a Margarida?”, “Eu fui no Tororó”, “O Cravo brigou com a
Rosa”, “Nesta rua tem um Bosque”.
A palestrante, que passou a
mediadora, estabeleceu um rápido
paralelo entre a infância nos tempos passados e nos dias atuais. Em seguida,
passou ao levantamento dos problemas relacionados à infância, a partir da análise de algumas notícias recentes como a
do episódio ocorrido naquela mesma semana, envolvendo a morte de um menino de
10 anos na Cidade de São Paulo, no momento em que empreendia fuga dirigindo um
carro roubado por ele e um “comparsa”, outra criança de 11 anos, que
sobreviveu. A história constituiu-se como pano de fundo para o levantamento de
grandes problemas brasileiros, interpretados como decorrentes de uma infância
mal orientada, em ambiente não apropriado e paternidade negligente e
irresponsável e apresentando as principais causas, citando entre elas, o que
chamou de desestruturação da família.
Citou ainda o trabalho
historiador francês Philipe Ariés, o mais respeitado precursor dos estudos
sobre a Infância e outros estudiosos, incluindo alguns que contestaram postulados propostos por Ariés, mas ressaltou que o trabalho deste
historiador lançou luz, onde havia apenas uma lacuna, à compreensão da infância. Entre as principais causas do que chamou de
deformação da Infância, a apresentadora
citou a terceirização da educação durante os primeiros anos de vida
alegando que a transmissão de valores é uma responsabilidade da família e a instrução
seria da escola; a negligência de pais e
mães; a família formada sem planejamento o que denominou de "família acidental" ; a superexposição da criança à violência
social e doméstica; o protagonismo infantil ; a erotização precoce; a
adultização da Infância, entre outros.
Ao concluir,
informou que não poucos estudiosos atribuem à “queima de etapas” alguns dos
mais sérios problemas enfrentados pela sociedade nos dias atuais, tais como
comportamentos relacionados ao crescimento da agressividade juvenil com
consequente aumento de níveis de violência nas ruas e a superlotação dos
presídios brasileiros.
Na visão da
palestrante, na privação de uma infância saudável com a antecipação da idade
adulta ou adultização da infância, a sociedade estaria, consciente ou
inconscientemente, alimentando o atual ambiente de beligerância entre a própria
sociedade e sua juventude. E, segundo ela, incentivando-se a animosidade entre
os dois agentes por meio de uma espécie de escola, estaria ensinando a matar e
a morrer, cada vez mais cedo. De acordo com ela, a continuar a
patrocinar esta espécie de jogo, a única dúvida que está posta é a de quem será
o último a morrer.
Imagem 1- httpstrangeface.deviantart.comartinfancia-perdida-58066625-infancia_perdida__by_strangeface
Demais Imagens e vídeo: Permitida a utilização destas imagens somente com citação expressa da fonte (Suely Barcelos/UFMBPIBGOIÂNIA).
Demais Imagens e vídeo: Permitida a utilização destas imagens somente com citação expressa da fonte (Suely Barcelos/UFMBPIBGOIÂNIA).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por ter vindo!