sexta-feira, 13 de abril de 2012

E AS MULHERES TAMBÉM... (OUTROS AUTORES)

Como é bom perceber a presença das mulheres no clímax da missão de Jesus aqui na terra. Lucas, de uma maneira singular, intercala a narração do julgamento, morte e ressurreição de Jesus, pontuando a presença e a ação das mulheres. Não são mulheres quaisquer, mas aquelas que acompanhavam Jesus desde a Galiléia (23.49): Maria Madalena, liberta de Satanás (Mar 16.9); Joana, curada de uma enfermidade (8.2); Maria de Cleopas e algumas outras. João cita ainda a presença da mãe de Jesus (19.25). 

Tento imaginar como foi para cada uma delas, com toda a sensibilidade feminina, estar lá e testemunhar, em primeira mão, o sofrimento do Mestre amado. Mesmo em meio a tanta tristeza, elas deixaram evidentes algumas características próprias das mulheres, que tanto abençoam o Reino de Deus.

Primeiro, elas observaram. “... e as mulheres que também o haviam seguido desde a Galiléia, estavam de longe vendo estas coisas” (Luc 23.49). Depois, acompanharam o seu corpo quando foi levado: “E as mulheres também seguiram e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo” (Luc 23.55).

Todos nós sabemos o final. Sabemos que Cristo ressuscitou dentre os mortos, mas a ressurreição não tinha acontecido ainda e a dor destas mulheres era esmagadora. Podemos imaginar que, nas suas mentes, os sons e as imagens da crucificação pesavam fortemente. Elas tinham visto e ouvido tudo. As últimas palavras de Cristo, “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Luc 23.46), ainda ecoavam em seus ouvidos.

Em segundo lugar, estas mulheres agiram (23.56). Elas prepararam as especiarias e o que era necessário para embalsamar o corpo do Senhor. Deixaram passar o sábado e no domingo pela manhã foram ao sepulcro. Mas as circunstâncias mudaram seus planos. O verso 24.4 diz que elas ficaram “muito perplexas”,
pois o túmulo estava vazio. Os dois anjos, como elas estavam com medo e curvaram seus rostos para a terra, disseram: “Por que vós buscais a vida entre os mortos? Ele não está aqui, mas ressuscitou” (Luc 24.5-7).

É maravilhoso o que acontece em seguida: elas não guardam só para si e procuram os discípulos, narrando
os acontecimentos, ainda que eles não acreditem nelas, talvez porque eram mulheres. E foi a Maria Madalena que Jesus primeiro apareceu após ressuscitar. Apesar das mulheres terem pouca influência na cultura daquela época e nenhuma autoridade para falar sobre assuntos religiosos, Jesus deu a elas o papel de anunciar a outros a sua ressurreição. Por quê? Talvez Jesus quisesse deixar bem claro que foi pelos pecados das mulheres e dos homens que ele morreu e que ambos têm o mesmo valor para ele.

Faz sentido perceber por que foram as mulheres que demonstraram o seu amor de maneira tão clara e ficaram aos pés da cruz de Cristo e depois acompanhando de perto o seu corpo, enquanto a maioria dos discípulos homens fugiram para salvarem suas vidas. Elas tinham uma dívida de gratidão infinita, a mesma de todas nós. Aleluia!

Trabalho de Zenilda Reggiani Cintra-Pastora e jornalista,Taguatinga, DF.
Publicação (Texto e imagem) - O JORNAL BATISTA -Ano CXII-Edição 15- Domingo, 08.04.2012)


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