O termo edredom-do Francês édredon- tem significado de “plumagem macia de pássaro”. No Islandês, com o mesmo significado, é aedar-dun. A tradução em Espanhol é Edredón. Em Italiano é piumino. E em alemão pode ser: Federbett, Daunendecke e Steppdecke, Bettdecke. Em português, edredom é uma variante de edredão, sendo uma cobertura acolchoada que contém penugem fina, sumaúma ou algodão. A peça foi citada, por exemplo, por autores como Aluísio de Azevedo na obra A Condessa Vésper: “Ao abrir os olhos, reparou que estava deitado em um rico aposento, e que o tinham envolvido em magníficas casimiras e agasalhado os pés em edredão legítimo”. (Imagem: www.shoptime.com.br)
Nesta última semana, um episódio ocorrido embaixo de um edredom, esteve sob suspeita de estupro, envolveu polícia, investigações, acusação de racismo e culminou com a expulsão de um dos participantes do mais popular reality show da televisão brasileira. Foram pedidas explicações à emissora em questão, à produção do programa e aos envolvidos diretamente no caso. Também se colocaram na discussão a imprensa e as famílias dos envolvidos. Sensibilizou-se ainda, o público acostumado a acompanhar o reality, que é sempre um pouco mais, do mesmo.
Por muito menos do que um milhão e meio de reais, muita gente neste país encara a face de baixo de um edredom. Muitas vezes sob o assentimento do corpo, à custa do 'estupro' da alma. A dignidade humana, tornou-se baixíssima, indo mesmo até o "chão, chão, chão", como diz um refrão bastante repetido nos últimos tempos. A faixa etária feminina recém saída da infância ou ainda nela, é o principal alvo deste abuso. Tal faixa desenvolveu sobre si uma concepção de valor tão depreciada, que nas cracolândias pelo Brasil afora não costuma exeder a algumas poucas pedras e na beira das estradas do país, pode não passar de um 'prato feito'. Em geral são filhas das gerações que creceram embaladas pela 'poesia' musical do naipe de "Tigrão", de "Than", de "Tchutchuca". Atualmente, das gerações que deliram entregando-se à emoção de novas 'poesias' como "Ai Se Eu Te Pego"- comprado em outras partes como um produto brasileiro- não se deve tecer grandes expectativas sobre uma sólida auto-estima.
Por muito menos do que um milhão e meio de reais, muita gente neste país encara a face de baixo de um edredom. Muitas vezes sob o assentimento do corpo, à custa do 'estupro' da alma. A dignidade humana, tornou-se baixíssima, indo mesmo até o "chão, chão, chão", como diz um refrão bastante repetido nos últimos tempos. A faixa etária feminina recém saída da infância ou ainda nela, é o principal alvo deste abuso. Tal faixa desenvolveu sobre si uma concepção de valor tão depreciada, que nas cracolândias pelo Brasil afora não costuma exeder a algumas poucas pedras e na beira das estradas do país, pode não passar de um 'prato feito'. Em geral são filhas das gerações que creceram embaladas pela 'poesia' musical do naipe de "Tigrão", de "Than", de "Tchutchuca". Atualmente, das gerações que deliram entregando-se à emoção de novas 'poesias' como "Ai Se Eu Te Pego"- comprado em outras partes como um produto brasileiro- não se deve tecer grandes expectativas sobre uma sólida auto-estima.
A celeuma em torno do episódio do reality envolvendo o edredom, possivelmente ocorreu por razões menos explícitas do que as da cena em questão. A moral brasileira, bastante relativizada, talvez esteja sugerindo mais criatividade no entretenimento televisivo. A própria
figura da roupa de cama com duas faces, uma para cima e outra para baixo, pode servir de analogia para duas leituras. Uma destas, aponta para um sinal de cansaço ante o, muito mais do mesmo, que ainda por cima, vem cada vez mais recheado com um merchandising bem pouco sutil.
A saturação dos temas relacionados ao sexo garantiu à Sétima Arte no Brasil o estigma do qual ainda tenta se desvencilhar. O cinema nacional produz boas e excelentes obras com temáticas múltiplas, contudo, lá fora ainda se acredita que o principal produto cultural brasileiro são corpos quentes sob edredons em movimento. Mas se sabe que, internamente os edredons têm outra finalidade. Tiram a atenção do volume dos tapetes para onde têm sido empurradas muitas coisas. Coisas que, se não mais graves e mais sérias, pelo menos mais relevantes e urgentes do que aquilo para onde os edredons da tevê apontam.
A saturação dos temas relacionados ao sexo garantiu à Sétima Arte no Brasil o estigma do qual ainda tenta se desvencilhar. O cinema nacional produz boas e excelentes obras com temáticas múltiplas, contudo, lá fora ainda se acredita que o principal produto cultural brasileiro são corpos quentes sob edredons em movimento. Mas se sabe que, internamente os edredons têm outra finalidade. Tiram a atenção do volume dos tapetes para onde têm sido empurradas muitas coisas. Coisas que, se não mais graves e mais sérias, pelo menos mais relevantes e urgentes do que aquilo para onde os edredons da tevê apontam.
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