terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TRISTEZA DE CRIANÇA

As cores Rosa-bebê e Azul-claro, que eram indispensáveis nos enxovais e decoração para recém-nascidos, dão lugar ao verde, vermelho, alaranjado, violeta e a outras cores. A mudança de estilo, inconscientemente, pode apontar para a constatação de que a vida das meninas e dos meninos não é tão serena como se desejaria. A vida humana tem nuanças variadas e tons sobrepostos e drásticos desde o início. A dor é um elemento presente desde a gênese da vida, que normalmente se anuncia com um choro. Pediatras, mães, avós e “comadres”, orientam às mães de primeira viagem, sobre como tratar as primeiras dores dos bebês. Dizem que podem ser muitos os motivos do choro de bebês recém-nascidos. Choram por fome, por sede, por desconforto com roupas. Podem ter cólicas, dores de ouvido, assaduras, dores no surgimento dos dentes, nas quedas dos primeiros passos e dores e desconforto no resto de suas vidas, por causas variáveis e inumeráveis. O sofrimento é parte inerente à condição humana e as crianças, por mais que desejássemos, não estão imunes a ele.
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Considerações sobre o Riso
Mesmo o riso humano, é desmistificado como expressão de felicidade. O filósofo norte-americano, especialista em humor, John Morreall, acredita que a primeira risada humana pode ter começado com um gesto de alívio compartilhado ao se livrar de um perigo. Seus estudos descobriram que os indivíduos dominantes, o patrão, o chefe da tribo ou o patriarca da família, usam mais o humor do que os seus subordinados. Afirma que, nos casos em que, quando o chefe ri, os demais riem, fica demonstrando que, controlar a risada de um grupo torna-se uma maneira de exercitar o poder controlando o clima emocional do grupo. O antropologista cultural Mahadev Apte defende que o riso teria um propósito prático, fortalecer as conexões humanas. E, para o neuro-biologista Robert Provine, a risada, como comportamento humano, é desenvolvida para mudar o comportamento dos outros. Este cientista acredita que o riso, assim como o latido do cão e o canto do pássaro, funciona como um tipo de sinal social. E, ainda, de acordo com o psicólogo alemão Willibald Ruch, as pessoas são 30 vezes mais propensas a rirem em eventos sociais do que quando estão sozinhas e sem estímulo pseudo-social. Afirma que, o óxido nitroso ou o gás do riso, perde muito efeito quando empregado por uma pessoa sozinha. Assim, associa a motivação do riso mais a causas externas do que às internas.

Os especialistas do humor informam ainda que, na infância, o ridículo, o surpreendente e a crueldade parecem engraçados e as piadas sobre estes temas estimulariam a auto-afirmação. Riem ainda das que falam sobre as necessidades fisiológicas, nesta fase em que têm natural preocupação com as funções do corpo. Nos anos de pré-adolescência e adolescência, quase sempre difíceis, tensos e rebeldes, eles passam a rir de piadas sobre sexo, comida, autoridades e assuntos que os adultos consideram proibidos. Para os jovens, por atravessarem um período de insegurança, os estudiosos acreditam que o humor funciona como uma ferramenta de proteção e de demonstração de superioridade. Especialistas em Saúde estão recorrendo à terapia do riso para tratarem pacientes, vítimas de depressão, stress, insônia e aliviar dores provocadas por câncer ou AIDS. O riso vem sendo aconselhado até mesmo para retardar o envelhecimento. Contudo, o que é consensual sobre o riso é que, em geral, nós rimos daquilo que nos estressa.

Um Mundo Cinzento
Uma missionária batista brasileira contou que quando chegou ao Leste Europeu, aos tempos do comunismo, tudo nas cidades era cinza, desde os edifícios comerciais, as casas residenciais, as ruas, a atmosfera até a fisionomia das pessoas. Tudo era triste, muito triste, afirmou. A observação da missionária é parte de uma conclusão empírica bastante generalizada da estreita relação entre a cor cinza e a tristeza. Porém, o que antes parecia apenas uma metáfora veio a ser confirmado por um recente estudo científico que estabeleceu uma clara associação entre a Depressão e a cor. O mesmo foi realizado por uma equipe da universidade alemã de Freiburg, dirigido por Ludger Tebartz van Elst e publicado na "Biological Psychiatry". O estudo atesta que a doença dilui o contraste entre o preto e o branco, por isso o mundo torna-se literalmente cinza para quem sofre do mal.


"A dor é um elemento presente
desde a gênese da vida,
que normalmente se anuncia com um choro"


Sofrer e Adoecer
Nem toda doença tem como causa o sofrimento, mas sabe-se que sofrer e adoecer têm uma relação bastante íntima. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), até o ano 2030, a depressão, que combina fatores biológicos, psicológicos, sociológicos e ambientais, será a doença mais incapacitante do mundo. De acordo com a mesma Organização, o mal já acomete mais de 120 milhões de pessoas no planeta. Estima-se que só no Brasil são 17 milhões e que 850 mil pessoas morrem por ano em decorrência da enfermidade. Apontam que uma em cada 20 crianças abaixo de 10 anos, padece do mal e já se diagnostica depressão em bebês, ou seja, nos abaixo de três aninhos. O Brasil, conhecido como um país musical e colorido, com um povo que faz piadas até das desgraças e conhecido por não desistir nunca, sofre com muita tristeza. Os valores deturpados da sociedade, a desestruturação familiar e a ausência de referenciais seguros culminam na desesperança. E neste cenário, a juventude brasileira, assediada pelo Diabo, entrega-se aos mais devastadores vícios que a incapacitam física e mentalmente ou a conduzem à morte prematura. São famílias destruídas e gente doente, muito doente, alimentando o círculo vicioso: mais pecado, mais miséria humana, mais doença.

Sensibilizada com o sofrimento do povo brasileiro, a CBB (Convenção Batista Brasileira), através de Missões Nacionais, promove uma campanha intitulada: “Por um Brasil Verdadeiramente feliz“. Diante do crescimento das psicopatias, casos extremos entre as doenças psicossociais, muitas autoridades de saúde têm demonstrado certo ceticismo relacionado à punição e até mesmo ao tratamento clínico. Alegam que o arcabouço de experiências dolorosas acumuladas, especialmente na infância, fica indelevelmente impresso e dificilmente será apagado. Este é o retrato de um mundo sem Deus, que adoece e morre e onde tristeza de criança não é brincadeira. Os pequeninos são as primeiras vítimas de um mundo que, segundo I João 5.19: “jaz no maligno”. Por seu turno, Lucas, um médico do Primeiro Século, registrou a prescrição de Jesus para este caso, em Lucas 18:16a: “Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais...”. Que o reino de nossos delírios de adultos, não ofusque as cores do Reino de Deus, para nossos meninos e meninas! Amém.
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