quinta-feira, 7 de abril de 2022

 

 Becos de Goiás

 

    Becos da minha terra...

    Amo tua paisagem triste, ausente e suja.

    Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa.

    Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio.

    E a réstia de sol que ao meio-dia desce fugidia,

    e semeias polmes dourados no teu lixo pobre,

    calçando de ouro a sandália velha, jogada no monturo.

 

    Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,

    Descendo de quintais escusos sem pressa,

    e se sumindo depressa na brecha de um velho cano.

    Amo a avenca delicada que renasce

    Na frincha de teus muros empenados,

    e a plantinha desvalida de caule mole

    que se defende, viceja e floresce

    no agasalho de tua sombra úmida e calada

 

* Nota:   Os versos acima foram retirados de um poema mais extenso presente no livro Os Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, publicado em 1965.

 

 

 Fotografia: Carmelita Graciana  

 

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