terça-feira, 29 de março de 2016

MISSÕES NA COLÔMBIA - PELAS RUAS DE MEDELLÍN

Era a tarde do dia 15 de março de 2016, quando a Coordenadora Geral da MCA da Primeira Igreja Batista em Goiânia, irmã Odete Daris, conclamou as presentes a um  minuto de silêncio pela memória de Enyde Aldina, ex sócia e dedicada colaboradora da Organização feminina local, cujo corpo descera à sepultura na tarde anterior.

Em seguida, Sara Jane Rodrigues, uma goiana da cidade de Jataí, missionária pela Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira, falou ao grupo de mulheres sobre o campo missionário onde atua, há cinco anos. Discorreu sobre a Colômbia, mais precisamente a Cidade de Medellín, onde trabalha junto à população de rua. 
                 
Desafios do campo missionário
Em um figurino bordado à mão, típico de uma das regiões regiões Colômbia, a missionária Sara Jane falou sobre algumas coisas belas daquele país. Citou, por exemplo, um lindíssimo festival de flores realizado anualmente, e que segundo ela, o evento tem a magnitude do Carnaval no Brasil. 
                           
De acordo com a missionária, a série de televisão Narcos, uma produção americana, colombiana e brasileira, disponibilizada na plataforma Netflix desde 2015, tendo como protagonista o artista brasileiro Wagner Moura no papel do grande narcotraficante colombiano Pablo Escobar, retrata o País de alguns anos atrás. Disse que, atualmente, a Colômbia está mais pacificada e que o grupo guerrilheiro conhecido por FARC,está circunscrito a determinadas áreas do território da Colômbia, especialmente na Amazônia, nos  limites com o Brasil.

Por outro lado, informou a missionária,  nas ruas de Medellín, uma metrópole com cerca de 4 milhões de pessoas, é fácil perceber muitos outros gravíssimos problemas sociais muito comuns à maioria das nações latino-americanas. Informa que circula  pelas ruas de Medellín uma população estimada em 10.000 pessoas. Segundo ela,  esta população itinerante e à margem da sociedade, é gerada na desagregação familiar, na violência e também na realidade das drogas.


O missionário no campo 
Afirmando que missões se faz pelo tripé "Pés dos que vão, joelhos dos que oram e mãos dos que dão", Sara Jane descreveu situações bastante particulares das ruas de Medellín. Segundo ela, os missionários percorrem aproximadamente cinco quilômetros diariamente, levando mochilas carregadas com sanduíches que são entregues a algumas das pessoas encontradas. Alegou que a triagem de quem deve receber o alimento pode constituir uma questão dramática para  o missionário, em contexto de pouca comida para muita fome. Informou ainda que são gastos o equivalente a R$200,00 por dia em comida, mas pontuou: "Tenho mais pessoas dispostas a fazerem a distribuição do que sanduíches para colocar nas mochilas". 

Sobre o perfil do missionário, observou que ele deve desenvolver empatia entre os atendidos e que deve ser sensível para com o ser humano. Lembou que neste caso, em se tratando de uma população itinerante, grande parte das abordagens, ocorrem uma única vez e que devem ser de qualidade. Observou ainda que esporadicamente são quebradas alguns protocolos no campo,  por exemplo, recomenda-se que não se chore diante da pessoa atendida para que preserve sua autoestima, mas " às vezes, isso foge ao nosso controle da gente", disse. Concluiu, recitando uma conhecida frase de um célebre visionário do passado que também lutou para  deixar o mundo um pouco melhor do que encontrou, Martin Luther King Júnior: “O barulho dos maus incomoda menos do que o silêncio dos bons”. 


Contato: sarajrodr@gmail.com





Imagens: Suely Barcelos/ Coordenadora de fotografia UFMBPIBGOIÂNIA.

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