O
primeiro transplante de coração do Brasil aconteceu em 26 de maio de 1968, no
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), com uma equipe
liderada pelo cirurgião Euryclides de Jesus Zerbini. A cirurgia também foi
pioneira na América Latina e uma das primeiras do mundo. Porém, para a Síndrome
do Coração Partido, também conhecida de Cardiomiopatia de Takotsuba que é uma
doença cardíaca rara com sintomas semelhantes aos de infarto, como dor no
peito, falta de ar ou cansaço, em geral não há indicação de transplante. Esta
doença que surge de períodos de grande estresse emocional e ajuda a demonstrar
que o peso dos sentimentos é determinante na qualidade da vida. Fato que a própria Ciência comprova uma vez
que se debruça sobre o estudo de muitas outras enfermidades, relacionadas direta
ou indiretamente, aos sentimentos.
Uma
situação bastante recorrente é o Coração Dividido que se trata basicamente do
estresse emocional enfrentado no momento dramático de decisão, especialmente
quando se enfrenta múltiplas escolhas. A literatura geral e a Bíblia estão
recheadas destes relatos. Dão conta de que, diante de tais impasses o ser
humano mostra-se confuso, o que configuraria o coração dividido. Por outro
lado, não é raro observar que muitas vezes um coração dividido ou confuso leva
a um coração partido ou machucado. O primeiro exemplo foi o do primeiro
homem. Adão teve o coração dividido ante
a decisão de desobedecer a Deus ou não fazê-lo. Depois, teve o coração partido,
demonstrado quando relata que se escondera porque se encontrava nu. Uma
situação de duplo desconforto já que sua nudez era literal e simbólica, de
corpo e de alma. É possível observar que, em geral, o coração Dividido antecede
ao Coração Partido.
Felizes
exceções são encontradas na própria Bíblia, sendo uma em Jó e outa em Josué. O
primeiro, ferido de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da
cabeça, sentado na cinza raspando-se com um caco, tinha duas alternativas
vistas por sua própria esposa que eram reter a sinceridade ou amaldiçoar a
Deus, e morrer. Jó decidiu-se por si mesmo, optou por reter a sua sinceridade e
não pecou com os seus lábios (Jó 2:7-10).
E, Josué, vendo que o coração do povo que liderava estava dividido,
declarou seu próprio ponto de vista: "Porém, se vos parece mal aos vossos
olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem
serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em
cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor."
O
emoji coração partido é um dos mais populares na comunicação atual. É empregado
em um sem número de casos e ocasiões em que a tristeza assume o protagonismo da
vida porque este é um tempo enfermo. Segundo dados recentes da Organização
Mundial da Saúde (OMS), a Depressão, conhecida como o Mal do Século já acomete
a 322 milhões de pessoas e distúrbios relacionados à ansiedade afetam um número
não contabilizado e crescente de pessoas mundo afora.
Na
tarde do dia 22 de Maio último, a MCMPIBGOIÂNIA refletiu sobre este tema. O
mesmo foi apresentado pela irmã Alcini Souza que leu o Salmo 46 como a mais
eficiente prescrição para os males do coração. Por seu turno, já no último
século, a competente escritora Myrtes Mathias também falou sobre o assunto em
um de seus lindíssimos poemas: “- E eu passei a pensar em Deus como um
consertador de corações. Não à moda de Bernard e Zerbini, mas para o meu caso
especial: porque o caso da gente é sempre especial, mesmo que milhões de outros
enfrentam situação igual.” Na conclusão, afirma: “Deus pode consertar um coração partido se
lhe levarmos os pedaços”.
* Imagens: MCMPIBGOIÂNIA 2018 (Suely Barcelos/Fotografia)
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