"Se não agirmos na dependência do Senhor, faremos discursos, mas não pregaremos. E, sem cooperação, podemos ser instituição, mas não seremos igreja"
(Pastor Sócrates Oliveira de Souza)
Carmelita Graciana, jornalista
com colaboração de Maria Sebastiana Francisca da Silva, GO.
São aproximadamente
18.000 membros espalhados entre as 153
igrejas e 94 congregações batistas plantadas ao longo do território
goiano. E entre estes, certamente, muitos já ouviram sobre missionários
avançando pelo sertão brasileiro rumo ao interior do país por volta de 1914,
quando a região norte
do Estado de Goiás (hoje Estado do Tocantins) foi visitada pelo Dr. Ernest A.
Jackson e o Sul (Hoje Estado de Goiás) pelo missionário Salomão Luiz Ginsburg
que fundou, no ano de 1920, na cidade de Catalão, a primeira igreja batista
goiana.
Este primeiro trabalho batista em Goiás foi organizado
sob a supervisão do Campo de São Paulo, mas depois da morte do missionário
pioneiro Salomão Ginsburg, o Campo goiano, que estivera afeto ao de São Paulo,
passou à jurisdição da
Convenção Batista do
Estado de Minas Gerais, formando o Campo Mineiro-Goiano. E, entre
os muitos avanços neste segundo período, registra-se a Organização da Convenção
Batista Goiana, em 21 de Julho de 1939, na cidade de Morrinhos.
Nesta fase, o trabalho batista no Estado de Goiás foi
marcado pela presença de missionários norte-americanos recém-chegados, enviados
pela Junta de Richmond (hoje International Mission Board), que muito
contribuíram no lançamento das bases de um trabalho batista eminentemente
goiano.
No período, além da organização de sua Convenção, os
batistas goianos construíram o ACAMBAGO (Acampamento Batista Goiano), fundaram
o Hospital Memorial Batista do Centenário e abriram um Centro Feminino para
Tratamento de dependentes químicos chamado de Águas de Meribá, entre
outros. Mas, na medida em que estes missionários faleciam, se aposentavam
ou retornavam ao seu país de origem, consolidava-se uma liderança autóctone
junto à denominação em Goiás.
Pela Convenção Batista Goiana nestes 75 anos, passaram 29
Presidentes e 15 Secretários Executivos. Porém, recentemente, no ano de 2013,
mediante o crescimento das demandas de comunicação entre Convenção e Igrejas,
reforçado pela urgente necessidade de adequação à nova realidade desenhada no
Estado por conjunturas multissetoriais, decidiu-se pela implantação de novo
modelo de gestão administrativa na Convenção Batista Goiana.
O novo modelo administrativo, adotado pela CBG a partir
do Novo Estatuto, tem entre suas mudanças mais eloquentes uma subdivisão da
antiga função de Secretário Executivo em duas gerências: Gerência
Administrativa e Financeira e Gerência de Missões, ocupadas respectivamente,
por uma Administradora de Empresas, irmã Tatiana Silva Souza Freire e o Pr.
Sílvio Daniel Machado, sendo coordenados por um comitê gestor de cinco irmãos,
eleitos pelo Conselho Geral, para ser o órgão tático, responsável pela
elaboração e avaliação de planos de ação a partir do planejamento estratégico. A mudança objetiva trazer maior agilidade e
eficiência ao processo administrativo da CBG, o que representará o
fortalecimento da interlocução entre Convenção e Igrejas Batistas no Estado de
Goiás.
CELEBRAÇÃO E CULTO DE
GRATIDÃO
Neste ano de 2014, os batistas goianos comemoram o
Jubileu de Brilhante da UFMBG e 75 anos de Organização da Convenção Batista
Goiana, realizada na cidade de Morrinhos, em 21 de julho de 1939.
O evento para marcar esta última data pela CBG foi a
realização de uma Celebração de gratidão a Deus no templo da Primeira Igreja
Batista em Goiânia, no dia 21 de julho último. Ao mesmo compareceram lideranças
do Campo goiano e o povo batista em geral e teve como mensageiro, o Pr.
Sócrates Oliveira de Souza, Diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira.
A abertura da Cerimônia foi feita pelo Pastor Silvio Luiz
Rosendo, atual Presidente da CBG, que citou as principais Organizações da
entidade e mencionou a recente mudança no modelo administrativo adotado pela
Convenção Batista Goiana, a partir do Novo Estatuto, formatado e implementado
pelo Comitê Gestor.
A cerimônia cúltica, idealizada como uma Celebração
ressaltando a História da denominação em Goiás, contou também com a
participação dos pastores Sergio Vaz e Genivaldo Félix, 1º e 2º. Vices,
respectivamente, sendo que o primeiro observou: “A História é muito importante
e continua a ser escrita, mesmo se levarmos em conta que, mesmo as fotografias
que ajudam a contá-la, carecem de restauração diante da perda de fragmentos, vulneráveis
que ficam à inexorabilidade do tempo”. Já, o Pr. Genivaldo Félix procedeu a uma
interessante leitura de texto Histórico, assinado por Maria Sebastiana
Francisca da Silva, Diretora Executiva da UFMBG, intercalado e enriquecido com
importantes informações atuais, não presentes no texto do programa impresso.
O Pr. Sócrates Oliveira de Souza, mensageiro convidado
para a noite, fez uma breve introdução e disse: “Acessem suas Bíblias”.
Explicou, em seguida, que apenas se adequava ao vocabulário atual, próprio de
tempos cibernéticos, onde tudo passou a ser “acessado”, termo que, segundo ele,
passou a substituir muitos conceitos. Leu o texto bíblico em Colossensses 3.16,
onde está escrito: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a
sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e
cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”.
Adoração
Prosseguiu fazendo
uma belíssima defesa da atitude de render Ações de Graças, dizendo: “Todas as
nossas celebrações devem ser iniciadas pela expressão: Damos - te graças, oh
Deus”. Citou alguns motivos, desde os mais aparentemente triviais como o
ar que respiramos e a luz do sol, estendendo-se a todas as demais dádivas que
recebemos do Senhor. Defendeu a necessidade de sermos, enquanto igreja, antes
de tudo, adoradores. “Agradecer é um ato de adoração, sobretudo nas celebrações
ao Senhor”, afirmou.
“Devemos ser
verdadeiros adoradores também pelos atos e pela disposição de servir ao Senhor,
especialmente porque a Bíblia afirma: Não fostes vós que me escolhestes, mas eu
vos escolhi”, disse. Lembrando que a semente dos pioneiros frutificou em
75 anos no Estado de Goiás, pela graça e favor de quem os escolheu como
obreiros. “Porque se não for sob a dependência de quem nos escolheu, faremos
discursos, mas não pregaremos. É Deus quem decide, resta ao crente apenas a
decisão de obedecê-lo, ou não”, afirmou.
Requisitos da igreja
O orador mencionou a
responsabilidade, o compromisso e a qualidade como características
indispensáveis à igreja. “A chamada é pra 0% de erro, ao padrão do varão
perfeito”, enfatizou. E, citando o texto de Efésios 4.13, abordou a
diversidade de ministérios na realização do serviço eclesiástico, lembrando que
o objetivo final é o aperfeiçoamento dos santos.
Falou ainda sobre a
cooperação e a solidariedade, que segundo ele, são também imprescindíveis entre
o povo de Deus, recordando que estas características aparecem desde a criação,
informando que, de acordo com registro no Gênesis, o Senhor utiliza o verbo
fazer conjugado na primeira pessoa do plural, assim: “Façamos o homem à nossa
imagem e semelhança”. “Sem cooperação podemos ser instituição, mas não igreja”,
disparou. Antes de trazer à memória dos presentes, a História dos batistas no
Estado de Goiás, dizendo: “Primeiramente cooperaram com Goiás os irmãos do Sul
dos Estados Unidos, depois os paulistas e depois, os das Minas Gerais”.
Concluiu este tópico, explicando a lógica batista da cooperação, onde as
igrejas preservam sua autonomia, profundamente integradas ao conjunto.
Ações de uma Convenção
O orador fez uma
brilhante e didática intervenção esclarecendo algumas atribuições de uma
Convenção Estadual. Observou que as igrejas mudam no que diz respeito aos
costumes e que tal fato não passa despercebido pela Convenção, alegando que
esta, por sua vez, deve mapear as necessidades do Estado onde está posta e
trabalhar no sentido de descobrir métodos, assim como também no treinamento de
pessoas. Uma convenção deve ainda, de acordo com o orador, estimular, praticar
e promover a cooperação, a exemplo da Grande Comissão, instituída na igreja
Primitiva.
Terminou, reforçando
a necessidade da cooperação no trabalho da igreja, justificando com a citação
de vários episódios bíblicos nos quais aparecem relatos de prestação de contas,
tais como envio de relatórios. E, afirmou que a prestação de contas e a
frequência dos relatórios demonstram a autenticidade e legitimidade da cooperação
na igreja do Senhor, desde seu início. E, concluiu, propondo o emblemático
questionamento: O que podemos e o que devemos fazer e qual o legado que estamos
deixando?
Matéria publicada originalmente em OJB- Edição 38 - Domingo, 21.09.2014 - www.batistas.com
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