Indios Terenas celebram 100 anos de evangelização cristã,
mostrando os efeitos transformadores da Palavra de Deus
De 13 a 15 de junho, na
cidade de Anastácio (MS), os índios Terenas comemoraram o centenário da
evangelização cristã entre o seu povo. Organizado pela Igreja Uniedas de
Anastácio e liderada pelo pastor da etnia Terena, Jader Jorge de Oliveira, o
evento tem o intuito de mostrar a evangelização entre os povos indígenas como
uma ação social eficaz. “Queremos tornar pública a nossa fé, demonstrando como
a Palavra de Deus transformou nossas vidas”, disse Jader de Oliveira.
Nos três dias do evento,
está prevista a vinda de mais de duas mil pessoas para celebrar o Hanaiti
Ituko’oviti (Grande Deus).
Durante a programação, os
terenas desejam mostrar como a evangelização contribuiu para a preservação de
sua língua e cultura. “Será uma grande oportunidade de mostrarmos que, após 100
anos de evangelização cristã, os terenas mantêm sua cultura. O misticismo e o
ocultismo, que sempre marcaram povos indígenas, também estão presentes na
cultura terena. E quem deseja segui-los tem a liberdade de escolha. Mas não é
isso o que nos domina”, explicou o pastor.
Originários da região do
Chaco, no Paraguai, os índios terenas se fixaram onde hoje está localizado o
Estado do Mato Grosso do Sul, após serem expulsos de seu território por causa
da Guerra do Paraguai (1864-1870).
Com população estimada em 24 mil pessoas, segundo a
FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), órgão legalmente responsável pela saúde dos povos indígenas, o povo terena
foi evangelizado pelos missionários escoceses Henrique e John Hay, a partir de
1912.
A celebração do centenário servirá como um ato pela
liberdade religiosa desse povo. “Como os demais brasileiros, queremos declarar
livremente a nossa fé em Jesus Cristo. Diferentemente dos povos isolados, que
precisam de auxílio e orientação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), os terenas
têm vos ativa e condições de defender sua cultura, especialmente por terem se
integrado à sociedade brasileira”, afirma o pastor Oliveira.
A preservação da língua Terena também foi possível graças
à ação dos missionários. Como os demais idiomas minoritários brasileiros, essa
língua era ágrafa, ou seja, não possuía registro gráfico. Esse trabalho foi
realizado pela linguista Elizabeth Ekdahl, que viveu mais de 50 anos entre os
terenas. Um dos frutos desse trabalho foi a tradução do Novo Testamento para o
idioma, lançado em 1994. Segundo o pastor Jader Oliveira, agora é possível
alfabetizar as crianças tanto em português como na língua de seu povo. Os
missionários ajudaram a assegurar a sobrevivência de nosso idioma”, concluiu.
Nota: Trabalho (Texto e imagem)
publicado originalmente na revista A Bíblia no Brasil- No. 236- Julho a Setembro de 2012-
Ano 64 - pag. 13- Editada pela Sociedade Bíblica do Brasil : http://www.sbb.org.br/
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