A Sombra Da Cruz
Na sombra da cruz há um deleite singular
Pesares e fadiga lá não podem demorar
Melhor de tudo eu sinto a presença de Jesus
Pois fui até o calvário e estou
À sombra da cruz
Nem ouro, nem prata poderão me granjear
As bênçãos Cristo preço divinal tem para dar
Por graças divinais Ele me dispensa luz
Pois fui até o calvário e estou
À sombra da cruz
Na sombra da cruz desejo sempre me amparar
A comunhão do meu Senhor eu posso lá gozar
E a pavorosa morte, sim venço com Jesus
Pois fui até o calvário e estou
À sombra da cruz.
*Letra de canção de Feliciano Amaral
Feliciano Amaral nasceu na
Cidade de Miradouro no estado de Minas Gerais.Filho de Júlio Augusto do Amaral
e de Palmira Maria da Conceição, foi músico, sapateiro e cantor popular. Foi
batizado em 7 de março de 1943, na Igreja Batista de Muriaé. Em 1947 casou-se
com Elza Rocha do Amaral. Na cidade do Rio de Janeiro, estudou Teologia no Seminário Teológico Betel.
Pastoreou várias igrejas. Começou as atividades como cantor evangélico em 1948.
Feliciano Amaral interpretou canções como: "Oração de Davi",
"Céu aberto", "O mar", "Ao meu Redor",
"Finda-se este Dia","O Rosto de Cristo", "Rio
Profundo", "Sou Filho do Rei", A Face Adorada", "uma
Flor Gloriosa", "O Jardim de Oração" entre outras. No ano de 2003 o cantor completou 83 anos. Considerado um ícone da música cristã no Brasil, figura também no Guiness Book como o cantor evangélico que está
há mais tempo em atividade no mundo.
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A SOMBRA DA CRUZ DESCE SOBRE ABRAÃO
“A noite caiu, e veio a escuridão. De repente
apareceu um braseiro, que soltava fumaça, e uma tocha de fogo. E o braseiro e a
tocha passaram pelo meio dos animais partido” (Gênesis 15.17)
A
situação que o velho patriarca vive é um momento de aflição para ele. O Eterno
o chamou para celebrarem um pacto (berith, “compromisso”): “O Eterno
respondeu: – Traga para mim uma vaca, uma cabra e uma ovelha, todas de três
anos, e também uma rolinha e um pombo”. Ele se prontifica. Faz como lhe foi
ordenado: “Abrão levou esses animais para o Deus Eterno, cortou-os pelo meio e
colocou as metades uma em frente à outra, em duas fileiras; porém as aves ele
não cortou. Então os urubus começaram a descer sobre os animais mortos, mas
Abrão os enxotava” (vv. 10-11). Esta é a razão da aflição.
Dietrich
nos explica o que está acontecendo: “Deus conclui com Abraão um verdadeiro
pacto, segundo o costume do tempo; era preciso que os dois contratantes
passassem entre os animais esquartejados; aceitavam assim serem eles mesmo
dilacerados como as vítimas, se infringissem seus compromissos. Aves de rapina,
símbolo das forças malignas tentam apoderar-se dos animais divididos. Abraão as
afugenta. Angústia e trevas espessas o envolvem. Deus lhe revela os sofrimentos
que se abaterão sobre sua posteridade” (O desígnio de Deus, p. 38). Deus
e um homem estão firmando um compromisso, mas o Deus Eterno não chega para subscrever
o contrato e as forças do mal se fazem presentes. Terá o Eterno desistido do
pacto? As forças malignas impedirão o berith com Deus? Se Abraão não
afugentar as aves de rapina, Deus lhe cobrará a negligência! Ele está cansado,
não dará contas! E o Eterno vier, como fazer um pacto com ele? Que
responsabilidade! Deus não falhará, mas ele, por certo, pecador, falhará! Será
punido!
O
versículo 17 é dramático: “A noite caiu, e veio a escuridão. De repente
apareceu um braseiro, que soltava fumaça, e uma tocha de fogo. E o braseiro e a
tocha passaram pelo meio dos animais partidos”. Abraão não passou, só Deus. Ele
ficou como o fiador do pacto. Só ele. Assumiu a parte dele e a parte de Abraão.
Que verdade teológica! O homem nada pode dar pela sua salvação e pelas bênçãos
de Deus! Isto é graça! E é soberania divina também: Deus age, independente de
nós.
O pacto
foi feito. O Eterno assumiu ambas as partes. Novamente Diétrich: “Deus somente
é o fiador do pacto firmado. Sua honra está engajada. E, quando a posteridade
de Abraão romper o pacto, será o próprio Deus que, em Jesus Cristo, virá
substituir a parte faltosa e pagar-lhe o preço da infidelidade. É já a sombra
da cruz que desce sobre Abraão nessa noite de angústia”.
Séculos
mais tarde, com o pacto quebrado, chegou a hora de acertar as contas. Deus era
o fiador do pacto. Abraão não podia pagar. A raça humana não podia pagar. Deus
pagou a parte dele. E pagou a parte de Abraão, a parte da raça, a nossa parte.
Em Jesus Cristo. Assim entendemos a palavra de Jesus, em João 8.56: “Abraão, o
pai de vocês, ficou alegre ao ver o tempo da minha vinda. Ele viu esse tempo e
ficou feliz”. O patriarca poderia não ter entendido tudo, mas pela cultura de
sua época entendeu algo: Deus estava firmando um pacto com ele, e assumia toda
a responsabilidade. Isto ficou claro. Em Jesus, o Eterno paga. Porque
Jesus é o Eterno. Em Jesus, o homem paga. Porque Jesus é homem.
Uma vez,
Judá fez um pacto assim com Deus, e o quebrou: “As autoridades de Judá e de
Jerusalém, os oficiais do palácio, os sacerdotes e todo o povo fizeram uma
aliança comigo, passando entre as duas metades de um boi cortado ao meio. Mas
eles quebraram a aliança que fizeram na minha presença e não cumpriram o que
prometeram” (Jr 34.18-19). A conseqüência de não cumprir o pacto logo foi
anunciada: “Por isso, eu os entregarei aos seus inimigos que os querem matar, e
os corpos deles serão comidos pelas aves e pelos animais selvagens” (Jeremias
34.20).
Mas Deus
nunca faltou com sua palavra. Honrou-a. E quando nós falhamos, ele pagou nossa
parte. Este é o significado da encarnação da segunda pessoa da Trindade e sua
morte vicária. Jesus é Deus cumprindo a parte do homem e pagando o preço dos
pecados da humanidade. Diz Paulo: “Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou
sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos
de acordo com a vontade de Deus” (2Coríntios 5.21).
Graças a
Deus por Jesus Cristo! Ele é o perfeito dom do Eterno à humanidade pecadora.
Nele somos perdoados. Nele somos aceitos. Nele, as contas com Deus estão
acertadas. “Agora já não existe nenhuma condenação para os que estão unidos com
Cristo Jesus” (Romanos 8.1). O Deus Eterno assumiu tudo.
Texto de autoria do Pr.
Isaltino Gomes Coelho Filho (Pr. Igreja Batista
Central de Macapá-AP).
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