Venho prostrar-me, súplice, a teus pés:
Na luta entre as virtudes e o pecado
Eu sofri o mais trágico revés.
O Bem do alto da cruz me convidava
Para cumprir a esplêndida missão
De levar o consolo a quem chorava
E, a quem se arrependia, o teu perdão.
Mas, no gozo da vida adulterada,
Com mil promessas me tentava o Mal;
E foi tal a atração a mim causada
Que fui vencido em luta desigual...
De então, eu tenho sido tão perverso,
Tão desobediente a Ti, Senhor,
Que, custo a crer, houvesse no universo
Alguém mais desgraçado e pecador...
Os males que causei a tanta gente
E a dor que a tantas almas provoquei,
Não serão compensadas, igualmente,
Por tudo que, decerto, sofrerei...
Senhor, eu me confesso e te suplico
O perdão para os males que já fiz:
Que só de tua graça eu seja rico,
Que só por teu amor seja eu feliz!
Mário Barreto França
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Mário Barreto França nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 14 de fevereiro de 1909. Foi militar e também poeta. Foi membro da Academia Evangélica de Letras e do Cenáculo Fluminense de História e Letras. Foi ainda colaborador efetivo do Jornal Batista. Escreveu livros de poesias, crônicas, contos e memórias. São de sua autoria: “NO JARDIM DO SENHOR”, “SOB OS CÉUS DA PALESTINA”, “DE JOELHOS”, “O LOUVOR DOS HUMILDES”, “UM CAMINHO NO DESERTO” e “RIOS NO ÊRMO”, além de muitos outros.
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