Erguer a voz ao céu e ser ouvido,
A Ti em quem depuz toda a esperança
Na terra, ouso elevar o meu pedido.
Não Te peço a abundância da riqueza,
Nem o renome que a ambição procura,
Antes bem do que mal julgo a pobreza,
E mais que a fama apraz-me a vida obscura.
Dá-me que eu viva sempre sem pecado,
Entre os meus, tendo a firme fé por guia
E o calmo estudo por meu só cuidado;
E enfim chegando o derradeiro dia,
Que a morte eu veja, sem temor, contente,
Como quem vai dormir serenamente.
Mário de Alencar (1872 – 1925)
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