quinta-feira, 6 de outubro de 2011

STEVE JOBS-1955/ 2011

O escritor Walter Isaacson, autor da biografia autorizada de Steve Jobs (www.exame.abril.com.br), o fundador e ex-executivo-chefe da Apple, que morreu no dia de ontem após uma luta de sete anos contra um câncer no pâncreas, afirma: “a saga de Steve Jobs é o mito de criação da revolução digital em grande escala: o início de um negócio na garagem de seus pais e sua transformação na empresa mais valiosa do mundo”.

Para o biógrafo, Jobs era um mestre em combinar idéias, arte e tecnologia de uma maneira que por várias vezes inventou o futuro. Afirma ainda: "alguns líderes promovem inovações porque têm uma boa visão de conjunto. Outros o fazem dominando os detalhes. Jobs fez ambas as coisas, incansavelmente”.

Para Walter Isaacson, que também biografou Benjamin Franklin e Albert Einstein, Jobs revolucionou seis indústrias: a de computadores pessoais, a de filmes de animação, música, telefones, tablets e publicação digital e repensou uma sétima, as lojas de varejo. Segundo ele, ao longo do caminho, Jobs não só concebeu produtos transformadores, mas também, em sua segunda tentativa, uma empresa duradoura, dotada de seu DNA, que está cheia de designers criativos e engenheiros ousados que podem levar adiante sua visão. A Apple, uma empresa de tecnologia que começou em uma garagem e está atualmente avaliada em 65 bilhóes de dólares, tendo já figurado como a empresa mais valiosa do mundo.

Para ele, Jobs tornou-se assim o maior executivo de nossa época e estará equiparado à importância de Edison e Ford. Seus produtos inovadores, nos quais combinou o poder da poesia com os processadores. Entende que a sensibilidade para o design, o perfeccionismo e a imaginação de Jobs, fizeram da Apple a empresa que melhor prospera na intersecção entre arte e tecnologia”.
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Depoimento do escritor: “Mas depois me dei conta de que ele havia me chamado logo antes de ser operado de câncer pela primeira vez. Enquanto eu o observava lutar contra a doença, com uma intensidade incrível, combinada com um espantoso romantismo emocional, passei a achá-lo profundamente atraente, e percebi quão profundamente sua personalidade estava entranhada nos produtos que ele criava. Suas paixões, o perfeccionismo, os demônios, os desejos, o talento artístico, o talento diabólico e a obsessão pelo controle estavam integralmente ligados a sua abordagem do negócio, e decidi então tentar escrever sua história como estudo de caso de criatividade. Há algumas semanas, visitei Jobs pela última vez em sua casa de Palo Alto. Ele se mudara para um quarto no andar de baixo, porque estava fraco demais para subir e descer escadas, e estava encolhido com um pouco de dor, mas sua mente ainda estava afiada e seu humor vibrante. Conversamos sobre sua infância, e ele me deu algumas fotos de seu pai e da família para usar em minha biografia. Como escritor, estou acostumado a manter distanciamento, mas fui atingido por uma onda de tristeza quando tentei dizer adeus. A fim de disfarçar minha emoção, fiz a pergunta que ainda me deixava perplexo. Por que ele se mostrara tão disposto, durante quase cinquenta entrevistas e conversas ao longo de dois anos, a se abrir tanto para um livro, quando costumava ser geralmente tão discreto? "Eu queria que meus filhos me conhecessem", disse ele. "Eu nem sempre estava presente, e queria que eles soubessem o porquê disso e entendessem o que fiz."
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