Homero, em sua Odisséia, foi o primeiro a usar o termo pirata para descrever aqueles que pilhavam os navios e cidades costeiras, na Grécia antiga. Considerados entre os precursores dos conhecimentos de navegação marítima, os piratas navegavam nas rotas comerciais com o objetivo de apoderarem-se das riquezas alheias, que pertencessem a mercadores, navios do estado ou povoações, capturando tudo o que tivesse valor (desde metais e pedras preciosas a bens) e fazendo reféns, para extorquir resgates.
A pirataria marítima foi primeiramente praticada por gregos desde pelo menos 735 a.C., mas depois continuou a causar problemas, atingindo proporções alarmantes no século I d.C., quando uma frota de mil navios piratas atacou e destruiu uma frota romana e pilhou aldeias no sul da Turquia. Na Idade Média, a pirataria passou a ser praticada pelos normandos, pelos Muçulmanos (Mediterrâneo) e piratas locais. Mais tarde esta se difundiu pelas colônias européias, nomeadamente nas Caraíbas ( Mar do Caribe, entre a América Central e a do Sul), onde os piratas existiam em grande quantidade, procurando vítimas carregadas de riquezas das colônias americanas para a Europa, atingindo a sua época áurea no século XVIII. Tal época foi retratada pelo filme: Piratas do Caribe, que já se encontra em sua quarta edição, sendo que em A Maldiçao do Peróla Negra, a primeiro da 'série' conta-se uma história invertida de pirataria, onde o navio dos piratas tomado e saqueado carrega uma maldição que faz com que eles naveguem eternamente pelos oceanos e se transformem em esqueletos à noite.
Assim, pirata era um assunto do passado, restrito às navegações marítimas e às lendas ou a algumas notícias de uns “gatos pingados deles da Somália, que vez por outra, dão o ar de sua desgraça. Vai longe o tempo do pirata com tapa-olho, espada, perna de pau ou um papagaio no ombro. Mas, nos últimos tempos, novamente surgiram, sem espada, sem perna de pau e também sem rosto. Dão vida ao termo que teve seu significado ampliado passando definir situações de violação de alguma coisa. Deste modo, os piratas podem estar presentes, lamentavelmente, em qualquer lugar. Não escapando inclusive os ambientes eclesiásticos, onde podem saquear os bens, a fé e a boa fé de muitos fiéis. Porém, os últimos a atacar são os piratas da internet, que têm ameaçado tirar do ar ou danificar as páginas oficiais do governo federal.
___________________________________________________________________________________________________ No Brasil-O noticiário mostrou que na madrugada desta sexta-feira, o site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi invadido. Nele foi postada uma mensagem com o título "IBGE Hackeado - Fail Shell" escrito no topo e uma foto de um olho humano com a legenda "Ordem e Progresso" inserida sobre a pupila. Além disso, um grupo de hakers (Piratas cibernéticos) anuncia mais ataques e sites da Presidência e Senado saem do ar. O restante da mensagem diz "Este mês, o governo vivenciará o maior número de ataques de natureza virtual na sua história feito pelo Fail Shell". Tais ataques se auto explicam como uma forma de protesto de um grupo nacionalista que deseja fazer do Brasil um país melhor. Deixam a mensagem:“ Tenha orgulho de ser brasileiro, ame o seu país, só assim poderemos crescer e evoluir!" No pé da página do IBGE, deixam ainda outros dizeres como: "Atacado por FIREH4CK3R", "Brasil, um país de todos!", além de "Não há espaço para grupos sem qualquer ideologia como LulzSec ou Anonymous no Brasil".
No mundo-LulzSec e Anonymous, citados pelo grupo acima, são os dois maiores grupos de hackers do mundo. O grupo que se apresenta como LulzSecBrazil atua como célula do LulzSec, que na semana passada atacou o site da CIA, a agência de espionagem americana. O LulzSecBrazil foi responsável por invadir a página do Senado, da Presidência e do Ministério dos Esportes nesta quinta-feira (24). Os ativistas do LulzSecBrazil atuaram junto a um grupo chamado AnonBrazil, associado ao Anonymous, a quem é atribuído um ataque que há duas semanas derrubou o site do FMI (Fundo Monetário Internacional). Eles lançaram nesta semana a Operação AntiSec, declarando agir 'contra a censura' e com o objetivo de retaliar governos que tentam impor controles à internet.
Ao contrário da clareza das intenções dos piratas dos mares, os objetivos da pirataria da internet ainda não foram claramente definidos. Por enquanto, o que se sabe é que há entre as quadrilhas uma espécie de competição pela maior “façanha”. Bem ao estilo da que existe entre os pichadores, delinquentes velhos conhecidos da sociedade, que também agem nas sombras. Por outro lado, os registros históricos dão conta de que, os primeiros criminosos denominados piratas sempre terminavam mortos no mar, doentes ou enforcados, depois de uma carreira curta e transgressora. E, embora seja a primeira vez que os ataques destes últimos piratas ocorrem, a sensação que fica é a de que trata-se de um filme já visto, uma deprimente reprise com direito a pipoca, daquela que deixa aquele cheiro de manteiga rançosa no ar.
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