A palavra "carnaval" vem da expressão "carnis valles", do grego, onde "carnis" significa carne e "valles" significa prazeres. O Carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas do mundo e existe desde a Antiguidade. É originário nos cultos agrários da Grécia, de 605 a 527 a.C. quando, com o surgimento da agricultura, os homens passaram a comemorar a fertilidade e a produtividade do solo.
Na antiga Roma, o Carnaval prolongava-se por sete dias, de 17 a 23 de dezembro, nas ruas, praças e casas, onde se comia, bebia e participava de celebrações e busca incessante dos prazeres. Eram suspensas todas as atividades e negócios neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam os pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.
O Carnaval ‘Cristão’ passou a existir quando a Igreja Católica oficializou a festa, em 590 d.C., após entender que não havia alternativa à oficialização do evento. Não era mais possível proibir o carnaval. Foi então que houve a imposição de cerimônias oficiais sérias para conter a libertinagem. Assim, o carnaval com duração de três dias, terminaria na Quarta-Feira de Cinzas, quando inicia a Quaresma (quarenta dias de privação, que inclui penitência e jejum), culminando na semana chamada santa.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos.
Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Mais tarde, o Rio de Janeiro, criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para várias outras cidades do mundo.
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O Carnaval no Brasil- O carnaval chegou ao Brasil em meados do século XVII, sob influência das festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em alguns países, como a França, o carnaval acontecia em forma de desfiles urbanos, ou seja, os carnavalescos usavam máscaras e fantasias e saíam pelas ruas comemorando. Certos personagens têm origem européia, mas mesmo assim foram incorporados ao carnaval brasileiro como, por exemplo, rei momo, pierrô, colombina. A partir desse período, os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos cortejos de automóveis (corsos) foram criados, mas só se popularizaram no começo do século XX, quando teve um crescimento considerável, graças às marchinhas carnavalescas. As pessoas decoravam seus carros, fantasiavam-se e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades, dando origem assim aos carros alegóricos. Em 1995, o Guinness Book declarou o “Galo da Madrugada”, (do Pernambuco), como o maior bloco de carnaval do mundo e o Carnaval do Rio de Janeiro como o maior carnaval da Terra.
O Carnaval pelo Brasil- A primeira escola de samba foi criada no dia 12 de agosto de 1928, no Rio de Janeiro, e chamava-se “Deixa Falar”, depois modificado para Estácio de Sá. Surgiram após, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo novas escolas de samba. Organizaram-se em Ligas de Escolas de Samba e iniciaram os primeiros campeonatos para escolher qual escola era a mais bonita e a mais animada.
Rio de Janeiro- A folia carnavalesca carioca começa antes dos dias oficiais do carnaval. Já no mês de setembro começam os ensaios nas quadras das diversas escolas de samba da cidade. No mês de dezembro a cidade já se agita com os denominados “ensaios de rua” e a mais nova criação: “ensaios técnicos”, que levam milhares de pessoas ao Sambódromo todo final de semana. Os desfiles oficiais são realizados durante a data oficial do carnaval.
São Paulo- O Carnaval paulista é similar ao carnaval carioca. Acontece um grande desfile das escolas de samba da cidade. O desfile ocorre em uma passarela projetada por Oscar Niemeyer. Há o desfile do Grupo Especial e do Grupo de Acesso, que acontece na sexta-feira e no sábado, para não fazer concorrência com o desfile do Rio de Janeiro.
Região Nordeste- permaneceu com as tradições originais do carnaval de rua, como Recife e Olinda. O Carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem às ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu. Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o Carnaval. Uma das grandes atrações é o bloco carnavalesco “Galo da Madrugada”.
Bahia- o carnaval baiano fugiu da tradição, conta com trios elétricos, embalados por músicas dançantes, em especial o axé. Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi. Na cidade de Salvador, onde se localiza os três principais circuitos carnavalescos: Dodô, Osmar e Batatinha. Por esses circuitos passam mais de 150 blocos organizados mobilizando cerca de dois milhões de pessoas durante os dias de festa.
Em outras partes do Brasil- Nas outras regiões do país, onde a tradição dos festejos carnavalescos não é tão marcante, cada um pula a seu modo, quando deseja. Mas é preciso considerar ainda que há um número crescente dos que não aderem à folia. Há os que visitam parentes, os que refazem as energias e os que estudam e meditam nos ensinos da Bíblia. Afinal, segundo estimativas do Censo 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os evangélicos no país do Carnaval somam a 36.480.000, o equivalente a 19% da população. As estatísticas do Instituto revelam ainda que, o maior grupo deles está nas Assembleias de Deus (11.700.000) e o segundo maior, entre os Batistas, que perfazem um total de 4.600.000 membros.
Nota: Dados do ano da publicação da matéria - Ano 2011.
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