O sentido e um encanto
Eu me perguntei um dia num recanto:
O que pode me ensinar a vida de outros tantos,
a ter minha vida o sentido e um encanto?
Pra formiga eu olhei,
e de tanto trabalho que vi,
só de olhar cansei.
Todas iguais como soldados
legalmente uniformizadas
trabalhando pelo social,
mas sem valorizar aquilo
que é profundo e pessoal.
Então indaguei:
Será isto ideal?
E o encanto afinal
pra vida não encontrei.
A noite por onde andava,
uma coruja avistei
e o seu olhar me ensinou
coisas que eu nem perguntei.
Escolhe as sombras da noite
pra sua vida levar;
escondese do que escolhe
pra poder caçar.
Sua aparência inocente
engana em qualquer lugar, mas...
Como seguir seu exemplo
sem solidão alcançar?
Assim o sentido da vida,
querendo eu não pude achar.
E nessa busca insisti,
quando ao abrir minha janela
um girassol eu vi.
Mas... quantas vezes a janela
pro girassol eu não abri?
No mesmo mundo vivemos,
mas em reinos diferentes;
o mesmo ar respiramos,
mas ele é flor e eu sou gente.
Entender o mistério eu tento
e comigo mesma logo argumento:
Por que estou parada aqui,
enquanto ele balança ao vento?
Gezelia Rocha Ventura Giordano.
Imagem: Reprodução/ Texto gentilmente cedido pela autora ao Cristocentrado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por ter vindo!