O papa Bento XVI, atual chefe maior da Igreja Católica Romana, anunciou sua renúncia na última segunda-feira (11), em discurso pronunciado em latim, durante um encontro de cardeais no Vaticano. O pontífice de 85 anos, apresentou como justificativa sua fragilidade pessoal causada pela idade avançada. "Pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino", disse. E acrescentrou: " No mundo de hoje, é necessário o vigor tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que hei de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado".
(Imagem: httpg1.globo.commundofotos201302veja-fotos-do-papa-bento-xvi.html)
O fato que surpreendeu o mundo teve forte repercussão no mundo católico. Um universo estimado em cerca de um bilhão de fiéis ao redor do Planeta, estarrecido ante a decisão de seu Papa. Fato pouco usual, já que esta foi a única renúncia ao pontificado dos últimos 700 anos. Segundo historiadores, a última teria ocorrido, por parte de Gregório XII, no ano de 1415.
A uma semana do anúncio, pairam, nos horizontes de católicos e não católicos, intrigantes dúvidas quanto aos reais motivos da renúncia de Bento XVI. O noticiário sugere que a justificativa do líder mostra-se débil ante o registro de uma sucessão de episódios causadores de turbulências na Cúria Romana, ocorridos nos últimos anos. Fatos que o Vaticano procura amenizar, como o relatado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", de que a renúncia teria sido resultado de uma disputa interna de poder praticada por ex-aliados nos últimos meses. O suposto "complô" teria sido negado pelo porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, que defendeu o que avaliou como "diversidade de opinião".
O certo é que, ao longo dos quase oito anos sob a liderança de Bento XVI, a Igreja Católica Romana tem sido sacudida por uma onde de crises. Tempo em que vieram à tona escândalos como os relacionados à pedofilia, praticada por padres católicos, intervindo Bento XVI, que ordenou um inquérito oficial sobre o abuso na Irlanda, levando à saída de muitos bispos. Este Papa proferiu também um discurso que desagradou muçulmanos, e finalmente, em 2012, enfrentou um escândalo ‘doméstico’, no qual teve o mordomo pessoal sendo responsabilizado pelo vazamento de documentos privados que exporiam corrupção nas relações de negócios do Vaticano.
Por seu lado, Bento XVI confrontou o passado de seu próprio país, quando visitou o campo de concentração de Auschwitz e chamando a si mesmo "um filho da Alemanha", orou e perguntou por quê Deus ficou em silêncio enquanto 1,5 milhão de vítimas, a maioria judeus, morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
Conhecido por sua doutrina conservadora, Bento XVI manteve a oposição da igreja ao casamento gay, destacou a resistência da igreja ao sacerdócio feminino, à pesquisa com células tronco embrionárias, ao homosexualismo, ao uso do preservativo e a Teologia da Libertação. E, enquanto conservadores o aplaudiram por tentar reafirmar a identidade católica tradicional, críticos o acusaram de atrasar reformas e prejudicar o diálogo com muçulmanos, judeus e cristãos. E, o certo é que no próximo mês de março, através de um conclave, constituído por 117 cardeais com menos de 80 anos, se escolherá o novo líder da Igreja Católica Romana.
Muitas das respostas continuam obscuras e alguns novos questionamentos surgem. Que força é esta capaz de por em xeque dois dos grandes dogmas da Igreja Romana, a "infalibilidade papal” e sua "perenidade"?
Provavelmente, a resposta encontra-se nas páginas do próprio Livro-Texto do Cristianismo, a Bíblia Sagrada. Onde Jesus Cristo, mais de uma vez, alertou sobre o perigo da divisão interna. De acordo com Marcos, em Marcos 3:25: "E, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir". Mateus, em Mt. 12.25, registrou assim: "Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá". E Lucas, em 11.17, relatou nestas palavras: "Mas, conhecendo ele os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e a casa, dividida contra si mesma, cairá".
Enquanto isso, é urgente que as demais ‘casas’ atentem também para seus intramuros. Que procurem por fogueiras fumegantes e estirpem de seus arraiais o incômodo odor de cinzas frescas, proveniente da combustão da fé e da esperança de muitas almas. Porque sobre estas almas, a Igreja original de Cristo, recebeu dele próprio a tarefa de ministrar, animar e confortar.
O certo é que, ao longo dos quase oito anos sob a liderança de Bento XVI, a Igreja Católica Romana tem sido sacudida por uma onde de crises. Tempo em que vieram à tona escândalos como os relacionados à pedofilia, praticada por padres católicos, intervindo Bento XVI, que ordenou um inquérito oficial sobre o abuso na Irlanda, levando à saída de muitos bispos. Este Papa proferiu também um discurso que desagradou muçulmanos, e finalmente, em 2012, enfrentou um escândalo ‘doméstico’, no qual teve o mordomo pessoal sendo responsabilizado pelo vazamento de documentos privados que exporiam corrupção nas relações de negócios do Vaticano.
Por seu lado, Bento XVI confrontou o passado de seu próprio país, quando visitou o campo de concentração de Auschwitz e chamando a si mesmo "um filho da Alemanha", orou e perguntou por quê Deus ficou em silêncio enquanto 1,5 milhão de vítimas, a maioria judeus, morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
Conhecido por sua doutrina conservadora, Bento XVI manteve a oposição da igreja ao casamento gay, destacou a resistência da igreja ao sacerdócio feminino, à pesquisa com células tronco embrionárias, ao homosexualismo, ao uso do preservativo e a Teologia da Libertação. E, enquanto conservadores o aplaudiram por tentar reafirmar a identidade católica tradicional, críticos o acusaram de atrasar reformas e prejudicar o diálogo com muçulmanos, judeus e cristãos. E, o certo é que no próximo mês de março, através de um conclave, constituído por 117 cardeais com menos de 80 anos, se escolherá o novo líder da Igreja Católica Romana.
Muitas das respostas continuam obscuras e alguns novos questionamentos surgem. Que força é esta capaz de por em xeque dois dos grandes dogmas da Igreja Romana, a "infalibilidade papal” e sua "perenidade"?
Provavelmente, a resposta encontra-se nas páginas do próprio Livro-Texto do Cristianismo, a Bíblia Sagrada. Onde Jesus Cristo, mais de uma vez, alertou sobre o perigo da divisão interna. De acordo com Marcos, em Marcos 3:25: "E, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir". Mateus, em Mt. 12.25, registrou assim: "Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá". E Lucas, em 11.17, relatou nestas palavras: "Mas, conhecendo ele os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e a casa, dividida contra si mesma, cairá".
Enquanto isso, é urgente que as demais ‘casas’ atentem também para seus intramuros. Que procurem por fogueiras fumegantes e estirpem de seus arraiais o incômodo odor de cinzas frescas, proveniente da combustão da fé e da esperança de muitas almas. Porque sobre estas almas, a Igreja original de Cristo, recebeu dele próprio a tarefa de ministrar, animar e confortar.
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