A eleição presidencial de 2010, que fez Dilma Roussef Presidente da República no Brasil, contou também com outro fato significativo no que se refere à participação feminina na política: o índice de aprovação de Marina Silva, que teve 20 milhões de votos. Mas as mulheres não conquistaram posição apenas na política. Elas estão dirigindo empresas, ocupam espaço de destaque no telejornalismo e começam a aparecer até nos mais fechados redutos masculinos. O Flamengo, por exemplo, clube conhecido pela tradição do seu futebol, dono de uma das maiores torcidas do Brasil, é agora presidido por uma mulher e Graça Foster é a primeira mulher no mundo a assumir a presidência de uma companhia de petróleo, a Petrobras.
Mas nem tudo são flores para a mulher no mundo em geral, nem para a brasileira, em particular. As desigualdades de gênero possuem raízes muito profundas na história do Brasil. A trajetória da participação sócio-política das
mulheres na América e no Brasil, começa na luta pelo direito à
instrução e na adesão às campanhas abolicionistas no começo do século passado. Depois, passa pela luta pela redução da jornada de trabalho e salários justos. Pelo direito de voto, só conquistado parcialmente no Brasil em 1928 e ampliado para todo o território nacional somente em 1932.
A partir dos anos 80, o movimento das mulheres ressurgiu no Brasil em torno das campanhas pela
anistia política, contra a carestia, pelas liberdades democráticas, por
trabalho, creches, planejamento familiar e contra a violência. Desde então, as mulheres vêm se organizando em torno da participação nas
campanhas eleitorais, na Constituinte e no processo institucional de
criação dos conselhos e delegacias específicas.
Recentemente, nas eleições presidenciais de 2010, o país elegeu a primeira mulher Presidente da República, que um ano depois, figurou na Revista Forbes, como uma entre as três mulheres mais poderosas do mundo. Mas há milhares de mulheres brasileiras em idade escolar, ausentes das escolas. Há centenas de centenas delas vítimas de exploração relacionada à violação de direitos e outras centenas de milhares sujeitas à violência de toda espécie, notadamente entre as com pouca ou nenhuma instrução.
Há, portanto, um caminho longo ainda a percorrer. Tão longo que grande parte do universo feminino, imerso na baixa escolarização, na desin-formação e no imediatismo - tripé conveniente às sociedades consumistas- infelizmente, não consegue vislumbrar.
Há, portanto, um caminho longo ainda a percorrer. Tão longo que grande parte do universo feminino, imerso na baixa escolarização, na desin-formação e no imediatismo - tripé conveniente às sociedades consumistas- infelizmente, não consegue vislumbrar.
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