fazer tua obra sem ostentação;
ensina-me a dar com a mão direita,
sem que o saiba minha outra mão.
Sei que falas no fragor da tempestade,
no bramido selvagem do mar,
Mas prefiro ver teus dedos nas estrelas,
numa noite silenciosa e de luar.
Sei que falas no tufão que amedronta,
na montanha que se explode no vulcão,
Mas prefiro ver-te no silêncio da planta,
quando tiras uma flor de um botão.
A carroça vazia é que faz mais barulho
ao rodar sobre as pedras da calçada:
a ser um palácio vazio,
ser choupana pobre, porém habitada.
Myrtes Mathias
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