quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

MARIA RITA ÁLVARES- VM 3T2004


“Deus me chamou, eu aceitei. O restante Ele fez tudo”

Maria Rita Álvares é dona de uma risada gostosa e conhecida por poucos, graças à sua notável e elegante discrição, bem aprimorada em 43 anos atuando como esposa de pastor. Função que executou com a paixão de quem realiza a melhor atividade de sua vida e afirma que, se pudesse começar de novo, tomaria exatamente o mesmo caminho. Em 2004, Dona Maria Rita, como é chamada pelos íntimos, está com 64 anos de idade e é avó de nove netos. Seus filhos são Widmam, Wanderley Filho, Priscilla, Gláucia e Adisson. Tem também Timora, gerado em outro ventre, mas que a chama de “minha mãe”. É uma mulher profundamente convicta de que foi chamada por Deus para servir como Esposa de Pastor. Maria Rita Álvares é dotada de uma espécie de psicologia divina que sempre empregou como conselheira. Seu trabalho caracterizou-se por desenvolver-se complementarmente ao do marido, o pastor Wanderley José Álvares em 43 anos de ministério, 33 dos quais dedicados à PIB em Goiânia, onde em janeiro deste ano, o casal entrou para a história da igreja como Pastor Emérito e Conselheira Emérita.

Infãncia – Juventude e casamento- Maria Rita Castro nasceu em Formosa do Rio Preto (BA), em 05 de janeiro de 1939. É filha de Deucleciano Miranda de Castro e Dejanira Machado de Castro. Teve quatro irmãos e uma irmã. Ainda menina veio morar com os avós na capital goiana onde se converteu ao Evangelho na Primeira Igreja Batista em Goiânia, noite em que também, segundo ela, decidiu-se ao serviço cristão. Foi batizada pelo Pr. James Everett Musgrave, na Igreja Batista de Vila Nova (trabalho organizado pela PIB). No ano de 1959 foi recomendada ao IBER (Instituto Batista de Educação Religiosa) pelo Pr. Duduche, da mesma igreja. Ao término do curso, que à época tinha duração de três anos, retornou a Goiânia para onde voltava também seu noivo, Pr. Wanderley José Álvares, após haver concluído também o Curso em Teologia pelo Seminário Batista do Sul do Brasil e então contraíram núpcias, na PIB em Goiânia.

Ministério e família- Conciliar casamento, família e atividades fora de casa nunca foi uma tarefa simples para nenhuma mulher. Mas na memória de Dona Maria Rita não há espaço para queixas por dificuldade alguma. Em 1961, após colar grau em Educação Religiosa pelo IBER e casar-se com um pastor, tinha à frente o desafio do primeiro campo missionário. O Estado era Santa Catarina e a cidade era Itajaí. Um reduto de pescadores no litoral catarinense. Ali, segundo ela, não havia igreja, só o templo e até o batistério deste templo, há muito sem candidato a batismo, fora transformado em chocadeira e acomodava pintinhos. O início do trabalho consistiu em visitas de casa em casa feitas pelo casal de obreiros goianos. No começo faziam o trajeto a pé. Depois, a bordo de uma bicicleta, do modelo que tinha uma cadeirinha adaptada na frente, própria para transportar criança. O acessório se tornou necessário porque a família crescia. No período de quase cinco anos haviam nascido os primeiros quatro filhos do casal. Maria Rita recorda que em Itajaí eles tinham um bebê na cadeirinha da bicicleta, outro no colo e outro em gestação. Mas ressalta que ambos, pastor e esposa, tinham juventude e disposição para a obra. Recorda-se também de que os irmãos que retornavam aos poucos àquela igreja foram muito solidários, ajudando-os com os filhos pequenos e tornando-se para eles como uma verdadeira família. Cinco anos depois a família seguiu para o seu segundo campo missionário, Caxias do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. Uma comunidade arraigada no catolicismo onde o casal, já com quatro de seus cinco filhos, trabalhou por quase três anos. O último e mais longo período foi gasto na PIB em Goiânia, onde exerceu com o marido um ministério entre os anos 1969 e 2003, quando ambos se aposentaram.

Pós - Ministério- É notório que a mulher ocidental, há muito, administra a dupla jornada. E a história de vida e ministério de Maria Rita Álvares atesta que ela conviveu também com a realidade do ministério de esposa de pastor e as atribuições de dona de casa, esposa e mãe durante mais de quarenta anos. Mesmo depois de aposentar-se, sua agenda comporta uma lista de responsabilidades das quais ela, por opção, não se desvencilhou. E apesar da saúde um pouco fragilizada em decorrência de um quadro de diabetes e um problema de visão, leciona na classe das senhoras da EBD da PIB e ministra palestras atendendo aos muitos convites que recebe de toda a comunidade batista goiana. Maria Rita Álvares, aos 64 anos está aposentada desde o último mês de janeiro de 2003, porém continua atuando, especialmente no aconselhamento pessoal. Reserva mais tempo para meditar e dirige o Grupo de Oração da MCA (Mulher Cristã em Ação) em sua igreja, semanalmente. Mora em um apartamento de três quartos a um quarteirão da PIB e tem, incorporado à decoração de sua residência, um objeto pouco comum às salas de visitas: um antigo púlpito, presente da igreja ao marido. Maria Rita Álvares mantêm também, na sacada anexa, uma cadeira de descanso, que utiliza enquanto realiza outro ministério, o da Oração. Nesta cadeira recosta-se há muitos anos para elevar a Deus os nomes e as confidências que tantos lhe confiam, enquanto Conselheira. Mesmo ao mais desatento observador, não passaria despercebido o fato de que esses móveis- símbolos são separados apenas por uma porta em vidro transparente. Uma excelente figura da harmonia e franqueza com que os dois ministérios funcionaram, o de pastor e o de esposa de pastor. E por isso mesmo, de fato, funcionaram. A vida de Maria Rita Álvares mostra a magnitude, a dignidade e a grandeza multifacetada do Ministério de Esposa de Pastor. O seu casamento de 42 anos também permanece firme. O casal vivencia a expressão: Até que a morte os separe, proferida aos pés do altar, onde ambos colocaram as próprias vidas. Vidas que estiveram posicionadas, atrás da cruz de Cristo, antes, durante e depois dos sermões.
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Carmelita Graciana




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