quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

REMÉDIOS- ALTO CONSUMO NO BRASIL

O Relatório Mundial sobre Drogas da ONU, divulgado no segundo semestre de 2011 apontou um alto consumo de medicamentos no Brasil, com destaque para os analgésicos, entre os mais usados, que podem causar dependência. O documento do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, na sigla em inglês) mostra que o país está ao lado de Costa Rica e Chile como os que mais usam essas substâncias na América Latina e Caribe.

De acordo com o estudo, foi detectada alta concentração de uso não médico de opioides (analgésicos) de prescrição na Costa Rica, Brasil e Chile. Os mais comuns são a base de codeína, usada no tratamento de dores muito fortes, especialmente após cirurgias. Seu uso abusivo, no entanto, pode levar à dependência química. Em toda a América do Sul estima-se que entre 0,3% e 0,4% da população adulta (ou quase um milhão de pessoas entre 15 e 64 anos) faça uso de opioides, incluindo o uso irregular de medicamentos.

Anfetaminas-De acordo com o relatório da ONU, o uso irregular de remédios para emagrecer, a base de anfetaminas, se manteve estável nos países da América Latina e em patamar próximo da média mundial. O Organismo estima que entre 0,5% e 0,7% da população entre 15 e 64 anos (entre 1,34 milhão e 1,89 milhão de pessoas) faça uso desses medicamentos na América Latina.  Esses produtos são legalmente prescritos como anoréxicos e para o tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção. O Brasil, a Venezuela e a Argentina se mantiveram como os países com maior prevalência e número absolutos de usuários de anfetaminas e metanfetaminas na América do Sul.

O Relatório aponta que  uso abusivo de medicamentos atinge mais as mulheres, especialmente o de remédios para emagrecer. Existe uma cultura predominante de uso de medicamentos para o propósito de perda de peso. O relatório diz ainda que drogas prescritas substituem outras drogas ilícitas por serem consideradas menos nocivas, já que são indicadas por médicos, por serem mais baratas que drogas proibidas e por serem mais aceitas socialmente. Outro fator para a crescente popularidade dessas drogas, segundo a UNODC, é que pacientes as compartilham ou as vendem para parentes e amigos. O órgão diz que seu uso é especialmente comum entre jovens adultos, mulheres, idosos e profissionais da saúde. No Brasil, desde 2009 o país passou a discutir a prescrição indiscriminada de remédios para emagrecer. Em outubro de 2011, a Anvisa baniu do mercado os emagrecedores à base de anfetamina. Pesquisas apontavam para o risco desses medicamentos causarem problemas cardíacos e ao sistema nervoso central.

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