sábado, 14 de abril de 2012

FOI NA CRUZ (OUTROS AUTORES)

A cruz de Jesus é o refúgio mais alto em que podemos nos abrigar. É na cruz, ao nos sentirmos crucificados com Cristo pela fé, que somos despojados de toda a arrogância e autoconfiança para podermos ser amparados pela justiça, pelo poder, pela santidade e pela misericórdia de Deus. Nem no Sinai, o monte da lei, nem em Sião, o monte da adoração, podemos ter sequer um vislumbre da segurança que temos no monte do Calvário. Não há arrogância farisaica nem vaidade humana que possam resistir ao significado da cruz. A cruz denuncia a completa falência do poder humano, do fracasso da religião institucionalizada, do vazio existencial e da morte, ao mesmo tempo em que proclama a grandeza do poder e do amor de Deus.

Quando nos refugiamos no Cristo da cruz, estamos seguros no poder soberano de Deus, pois é na cruz, mais do que em qualquer outro lugar da história do universo desde a eternidade, que Deus mostra a sua soberania absoluta sobre todos os valores, quer na relação cósmica, quer na relação espiritual. Na cruz somos amparados pela eterna justiça de Deus, pois é no Calvário, ao oferecer seu Filho unigênito para apagar a culpa dos nossos pecados, que Deus mostra de um modo que a mente humana não pode alcançar, a perfeição eterna da sua justiça. É na cruz e somente através da cruz que podemos ser purificados pela eficácia do sangue ali vertido por Jesus. É na cruz que somos fascinados pelo amor insondável e pela inexaurível graça de Deus. Daí Paulo ter exclamado: “Mas longe de mim esteja gloriar-me a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.  

Jesus declarou: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim”. Qual é a atração que Jesus exerce sobre sua alma? Que poder tem em sua vida o chamado de Jesus? A cruz de Cristo exerce uma profunda atração sobre os pecadores para a salvação e tem também um tremendo fascínio sobre os salvos, para a santificação. Deus quer que todos os pecadores sejam salvos (1 Tim 2.4) e que todos os salvos sejam santos (1Tes 4.3). O sangue vertido por Jesus na cruz tem poder para lavar os pecados dos ímpios a fim de que eles sejam remidos, mas também tem poder para purificar a alma dos salvos para que sejam santos. “O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. João usa o termo kathartizei, limpa, purifica, no presente ativo do indicativo, que dá ao verbo purificar um sentido de continuidade: purifica continuamente de todo pecado. Não é um ato instantâneo e único como o batismo, mas uma ação contínua. Somente deixaremos de ter necessidade de ser purificados dos nossos pecados quando deixarmos de pecar e isso só se dará na glória. Aqui nesta vida, porque já fomos salvos por Jesus, o atrativo da cruz é para a nossa santificação.

Para que a cruz de Jesus seja nosso mais alto e mais seguro refúgio, precisamos  deixar morrer nossa natureza adâmica, o ‘homem pecado’ que há em nós e precisamos, em consequência, identificar- nos com a santidade, o amor, a justiça de Deus que Cristo revela na cruz. Não se trata de um ritual como persignar-se, nem de uma adesão mental nem de uma impressão sentimental, mas de uma realidade vivida, experimentada, sofrida e exaltada em nosso viver: “Já estou crucificado com Cristo e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gál 2.20), essa é a expressão de que estamos livres, protegidos, abençoados por Deus por estarmos identificados com o Cristo da cruz. “Mas um dia senti meus pecados e vi sobre mim o castigo da lei. Em Jesus me escondi, seu perdão recebi e refúgio seguro nele achei”.

Trabalho escrito pelo Pastor e Escritor João Falcão Sobrinho, publicado (texto e imagem) em O JORNAL BATISTA- Ano CXII- Edição 15- Domingo, 08.04.2012

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