domingo, 24 de fevereiro de 2013

LÍNGUA PORTUGUESA- QUANDO ERRO DÁ CADEIA

De acordo com dados do Censo 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ainda são quase 14 milhões de brasileiros,  com 15 anos de idade ou mais, que não sabem ler nem escrever. Tais dados mostram que o país ainda tem 9,6% da população com 15 ou mais anos analfabeta.

O lamentável índice está revelado em formas variadas,  inusitadas  e grosseiras. Verdadeiros atentados contra a língua-mãe, afrontando a “Última flor do Lácio, inculta e bela” de Olavo Bilac. 

O curioso a respeito da língua foi notar que também alguns erros de português podem levar pessoas para atrás das grades, como nos dois casos seguintes:

1- Um jornal de grande circulação no país mostrou como um erro de português  em uma CNH (Carteira Nacional de Habilitaçao) falsa, levou à prisão de um foragido da justiça de São Paulo na madrugada do dia 21 de fevereiro, na BR -101. No documento falso, em vez de “permissão”, estava escrito “permição”.

2-  O outro caso foi mostrado por uma emissora de TV do Centro-Oeste,  também no mês de fevereiro de 2013. Um veículo foi apreendido na periferia de Brasília, depois chamar a atenção dos policiais pelo erro na grafia da cidade de origem: "ANÁPLIS", onde  deveria figurar: "ANÁPOLIS". A ação da polícia, atraída pelo erro de português, levou à descoberta de vários outros crimes, além da evidente e grosseira falsificação do documento.

(Imagem: MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA/ SP:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_da_L%C3%ADngua_Portuguesa)
_______________________________________________________________________________


Língua portuguesa


Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
 

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
 

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!

Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!



Olavo Bilac- Nascido no Rio de Janeiro a 16 de dezembro de 1865, foi poeta, cronista, conferencista, contista e autor de livros didáticos. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira nº. 15, que tem Gonçalves Dias por patrono.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por ter vindo!